08 novembro 2011

Três elementos novos na conduta do PCdoB face 2012

Em busca da sintonia fina entre partidos aliados
Luciano Siqueira

Publicado no Blog da Folha

O repouso é relativo, o movimento é absoluto, ensina a dialética – essa representação teórica da vida como ela é. Na política isso é tão verdadeiro quanto em todas as demais esferas da vida social.

A tradição política mineira, que tem na paciência e na habilidade algumas de suas marcas reconhecidas, recomenda pensar que a política é como nuvem: você a vê numa determinada posição e no instante seguinte já está noutra.

Esse introito, em tom sério e ao mesmo tempo descontraído, o faço para mencionar três elementos novos no modo como om PCdoB – partido que presido no Recife – analisa o quadro político-eleitoral em formação, tendo em vista o pleito de 2012. Isto conforme resolução adotada pelo pleno de sua direção municipal, sábado último.

Primeiro, com a ressalva de que é preciso evitar a contaminação da gestão atual pelo debate antecipado em torno de alianças eleitorais, há que se reconhecer que o tema já é foco das atenções de todos os partidos – da Frente Popular e da oposição. Não há como tapar os ouvidos, nem fechar os olhos para essa realidade.

Segundo, neste instante, digamos, que antecipa o período pré-eleitoral propriamente dito (vésperas das Convenções partidárias, que ocorrerão em junho do ano que vem), têm sido recorrentes manifestações públicas de alguns partidos coligados no sentido de que desejam colocar à mesa quadros de suas fileiras para a consideração dos demais, inclusive para encabeçar uma possível chapa unitária. Isto quer dizer que, como especulação, os que assim se pronunciam sugerem que necessariamente não tem que ser um quadro do PT, o prefeito João da Costa ou outro, o candidato a prefeito.

Agregada a essa conjectura, vem também implícita a hipótese de mais de uma candidatura do campo governista.

Nos termos em que a questão tem sido abordada, nada demais. Sequer o PT pode se sentir incomodado, uma vez que o caráter democrático da coalizão governista há que absorver como legítima toda e qualquer especulação. O debate haverá de esclarecer pontos de vista, dirimir dúvidas e eventuais discrepâncias, levando a convergência de propósitos a um patamar mais avançado.

Importa, sim, perseverar no objetivo comum de prosseguir o ciclo de transformações que se operam na cidade desde a primeira gestão do prefeito João Paulo, iniciada em 2001.

Terceiro, o PCdoB – sem deixar de lado a cautela e o equilíbrio que presidem sua conduta no interior da Frente Popular – busca o diálogo imediato com todos os partidos coligados para examinar as várias conjecturas trazidas à tona. Uma atitude proativa em favor da unidade, condição necessária ao êxito eleitoral em outubro de 2012.

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