23 março 2018

Poesia sempre


Amor mais que imperfeito 
Thiago de Mello

Não do amor. De mim duvido. 
Do jeito mais que imperfeito 
que ainda tenho de amar. 

Com frequência reconheço 
a minha mão escondida 
dentro da mão que recebe 
a rosa de amor que dou. 

Espiando o meu próprio olhar, 
escondido atrás estou 
dos olhos com que me vês. 
Comigo mesmo reparto 
o que pretende ser dádiva, 
mas de mim não se desprende. 

Por mais que me prolongue 
no ser que me reparte, 
de repente me sinto 
o dono da alegria 
que estremece a pele 
e faz nascer luas 
no corpo que abraço. 

Não do amor. De mim duvido 
quando no centro mais claro 
da ternura que te invento 
engasto um gosto de preço. 
Mesmo sabendo que o prêmio 
do amor é apenas amar. 

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