23 agosto 2018

Divisor de águas


Sua Excelência o Eleitor
Luciano Siqueira, no portal Vermelho

Agora que a batalha eleitoral começou pra valer, ganham maior destaque as pesquisas e a interpretação de cada uma delas, ao gosto e conforme as pretensões de cada litigante.

Há tese para tudo.

Inclusive para quem não passou de 2% de intenção de votos e para quem, como candidato tucano Geraldo Alckmin — alçado à condição de homem da confiança do super poderoso mercado —, que ansiosamente tenta chegar aos dois dígitos e volta suas baterias contra o concorrente da extrema direita, o ex-capitão Jair Bolsonaro, na dianteira.

 “Quando começarem as inserções na TV, as tendências se alterarão“, dizem alguns.

Pode ser. Porém não exclusivamente por isso e talvez não de maneira determinante.

Há uma variável que todos consideram, mas alguns fazem de conta que não — as condições concretas de existência da grande maioria da população, pioradas gravemente em dois anos de governo golpista de Michel Temer.

Essa variável coloca no pódio, dentre os muitos fatores que poderão contribuir para o desenlace do primeiro turno, Sua Excelência o Eleitor, cuja capacidade de discernimento é subestimada, tanto pelos candidatos comprometidos com agenda ultraliberal, como por “analistas“ de diversos matizes que ocupam espaço diuturnamente na grande mídia monopolizada.

Tudo bem, alguém poderá argumentar que foi justamente aliança entre a maioria parlamentar reacionária (que emergiu das urnas há quatro anos) e o complexo mediático que anulou a quarta vitória consecutiva do povo nas eleições presidenciais, afastando do poder a presidenta Dilma Rousseff.

Estariam essas forças aptas a seguir adiante no golpe e evitar a “ameaça“ de uma vitória de Fernando Haddad ou Ciro Gomes, e a partir daí a interrupção da agenda tocada pelo governo Temer?

Eis o nó cego difícil de desatar.

Como já reconheceu em público um ilustre economista das hostes tucanas, essa agenda — a seu ver inegociável — não passa pelas urnas.

Pois é exatamente este o conteúdo da contenda que pode dividir claramente (com a ajuda TV, sim) os campos no primeiro turno, dando ensejo a que o candidato da aliança PT-PCdoB (Lula ou Haddad com Manuela vice) passe ao segundo turno. Ou Ciro Gomes (PDT).

O tempo de campanha é muito curto, comparado aos pleitos passados, e é urgente lastrear a campanha Lula ou Haddad com mensagem esclarecedora e compreensível pela maioria dos eleitores.

Num eventual segundo turno, alargando a frente oposicionista o mais amplamente possível, quem sabe possamos conquistar a quinta vitória do povo brasileiro.

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