13 agosto 2018

Crônica da vida cotidiana


A memória é por natureza criativa
Luciano Siqueira

Leio na CartaCapital resenha acerca de dois livros recentes sobre Karl Marx: 'O velho Marx: uma biografia de seus últimos anos', de Marcello Musto e 'Karl Marx e o nascimento da sociedade moderna', de Michael Heinrich.

Duas obras que trazem a nu fatos desconhecidos e ajudam a desfazer mitos em torno de Marx, segundo a avalia o repórter. 

Não li ainda os dois livros em tela.

Mas essa possibilidade de recolocação de acontecimentos relativos à vida do grande cientista político revolucionário me remete a uma entrevista televisiva com a escritora brasileira Nélida Piñon, a propósito do seu livro de memórias, 'Livro das horas'.

A certa altura, lhe peguntam se havia conseguido reconstituir fielmente fatos de sua vida pregressa, desde a infância e adolescência aos dias atuais. 

Sorrindo, ela reponde:

— A memória é por natureza criativa. Não se trata de reconstituir o passado exatamente como as coisas aconteceram, mas de revisitá-lo com o olhar de uma mulher madura, que chegou aos 75 anos.

Realmente, nossas relembranças são e sempre serão refeitas com o passar dos anos. A maturidade possibilita a releitura do passado colhendo novas impressões — sobre a História da sociedade humana e sobra a história particular de cada indivíduo. 

Nem precisa que seja uma existência complexa e tão marcante como a de Karl Marx.
Também de cada um de nós, em nosso semi-anonimato e no exercício de revisão da vida para consumo e aprendizado próprio. 

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