Artigo de toda quarta-feira no Blog de Jamildo
(Jornal do Commercio Online)
Quando 29 de junho vier
Luciano Siqueira
Em sua coluna Pinga-Fogo no Jornal do Commercio, anteontem, Inaldo Sampaio foi irônico: “Luciano Siqueira vai ter que andar com um cartaz colado nos peitos: “Sou Candidato”. Pois, onde chega, ouve sempre a mesma pergunta: vai desistir?”
Já Marisa Gibson em sua coluna no Diário de Pernambuco, no mesmo dia, anotou: “Luciano Siqueira, do PCdoB, já está cansado de repetir que não vai retirar a sua candidatura a Prefeito do Recife. Mas, ancorados na sabedoria popular - água mole em pedra dura, tanto bate até que fura - os governistas vão insistir até a última hora, para tirá-lo da sucessão municipal.”
Essa é a questão que há cerca de cinco meses, desde que o processo pré-eleitoral ganhou corpo, temos que responder diariamente aos repórteres e às inúmeras pessoas que nos abordam em toda parte.
Quais as razões para tanta dúvida? São várias. Uma é o ambiente assimétrico que se formou no campo das forças governistas, com enorme concentração de partidos em torno da candidatura do PT, configurando nosso “isolamento”. Outra, a expectativa de que o PCdoB preserve a sua melhor tradição de contribuir sempre para a unidade dos partidos comprometidos com o povo. Quem sabe também o fato de que o prefeito João Paulo e o governador Eduardo Campos, com os quais mantemos excelente relacionamento, estejam no mesmo palanque. E ainda pela evidência de que, formadas as coligações partidárias, nossa candidatura tenha que iniciar a batalha em inferioridade.
Temos acentuado, entretanto, que o “isolamento” de nossa candidatura é apenas formal (não há outras siglas coligadas com o PCdoB), vez que contamos com a solidariedade e o apoio de amplo e variado espectro social e político e o estímulo de integrantes de quase todos os partidos aliados.
Também sustentamos que a candidatura do PCdoB não divide, antes é uma necessidade para o conjunto das forças governistas que enfrentarão, em luta renhida, uma gama de candidatos de oposição, sinalizando um provável segundo turno. Mais ainda que a manutenção, até hoje, de nossa candidatura jamais afetou o ótimo entrosamento político e pessoal do prefeito e com o vice-prefeito, assim como as relações com o governador, nem alterou a convivência harmônica entre o PT e o PCdoB na Prefeitura.
Quanto a lutar inicialmente em condições de inferioridade, faz parte da vida. Limitações existem para ser superadas – no caso, através de uma campanha colada no povo, assentada em propostas consistentes e viáveis; e feita com entusiasmo, humor, emoção e poesia.
Isto posto, e sem arrogância nem intransigência, nossa candidatura está literalmente nas mãos da militância e do amplo leque de amigos e combatentes que exprimem, com generosidade e afeto, o desejo de que permaneçamos na peleja – com os quais estamos debatendo o cenário político desenhado e as idéias centrais de nossa plataforma de campanha, como forma de preparar a Convenção marcada para o domingo 29 de junho.
Então, para evitar a chatice da incômoda pergunta, aqui vai a resposta antecipada: quando 29 de junho vier, teremos o assunto definitivamente resolvido.
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