24 julho 2008

Coluna semanal no Portal Vermelho

Compromissos de vereador
Luciano Siqueira

Todo candidato necessidade sustentar um discurso – a um só tempo correto, coerente e permeado por propostas factíveis. Mais: é preciso difundi-lo em termos compreensíveis e capazes de atrair apoios e, se possível, emocionar o eleitor.

Quando se trata de candidato a presidente, governador ou prefeito o discurso se faz naturalmente abrangente. É o país, o estado ou o município a referência dos compromissos a serem assumidos perante o povo.

E quando se trata de uma candidatura a vereador? É óbvio, dirão os mais apressados; cabe enumerar duas ou três bandeiras de luta e ganhar as ruas. Óbvio, porém equivocado. Pois não basta agitar o nome e o número do candidato.

Começa que o vereador, mesmo quando eleito por uma fatia do eleitorado identificável social e geograficamente, estará na Câmara como representante de todos os munícipes – ou do povo, dos que vivem do seu trabalho. Isto significa que no exercício do mandato não poderá se negar a debater nenhum tema relativo à vida na cidade. Isso exige conhecimento dos problemas, preparação prévia.

Entretanto, não significa que o candidato se exima de apresentar uma plataforma, na qual estejam elencadas algumas bandeiras de luta, dentre as que considera mais importantes na atualidade, com as quais se identifique e que estejam em sintonia com as parcelas da população que prioritariamente deseja sensibilizar na busca do voto.

É o caso de nossa candidatura no Recife. O candidato compartilha com o prefeito (como seu vice) a gestão da cidade há quase oito anos. Tem a obrigação de discutir tudo o que lhe seja apresentado. No entanto constrói a sua plataforma seguindo os três critérios acima mencionados. Assim, tende a priorizar, de forma compactada, questões como mobilidade urbana-transporte e trânsito; desenvolvimento econômico-emprego-educação para o trabalho; cultura; segurança-direitos humanos-espaços urbanos seguros; saúde-meio ambiente-habitação. Com um adendo: o compromisso de exercer o mandato de modo participativo, submetido a prestação de contas e avaliações críticas regulares. Ou seja: um debate permeado por amplo debate de idéias.

O cronograma de campanha prevê a realização de encontros com técnicos, pesquisadores, gestores públicos, lideranças populares, empresários, gente do mundo da cultura para o debate e síntese desses conteúdos. Para que o discurso do candidato possa ganhar lastro mais consistente e seus compromissos fundamentais sejam compartilhados com apoiadores mais ativos e influentes.

Não é uma fórmula. Mas talvez seja um bom exemplo.

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