Do site do mandato http://www.lucianosiqueira.com.br/
O vereador e deputado estadual eleito Luciano Siqueira (PCdoB) ocupou nesta segunda-feira (20) a tribuna da Câmara Municipal do Recife para apresentar suas despedidas do mandato que exerceu durante dois anos. Em seu discurso, entrecortado por apartes de vereadores governistas e da oposição, o parlamentar comunista destacou seu apreço à Casa de José Mariano e a satisfação de ter compartilhado da convivência com seus pares no período em que exerceu o mandato de vereador.
Luciano ressaltou ainda que deixa a Câmara com o sentimento de dever cumprido, tanto para com o seu partido quanto para com o povo do Recife. “Eu me sinto gratificado pela consciência do dever cumprido para com as diretrizes do meu partido, para com o povo do Recife e por me sentir colaborador do fortalecimento desta Casa Legislativa”, afirmou.
Luciano destacou ainda as audiências públicas como principal instrumento do exercício do seu mandato. “Nesses encontros, reunimos mais de 1.200 pessoas para debater temas de interesse do povo do Recife e da Região Metropolitana, que variaram da política fiscal como indutora do desenvolvimento até a formação de mão de obra para o novo ciclo de desenvolvimento de Pernambuco, passando pelo centenário do arquiteto e paisagista Burle Marx, a destinação de resíduos sólidos e a requalificação do centro do Recife”, disse.
APRENDIZADO - Luciano Siqueira atribuiu o seu aprendizado na Câmara Municipal à convivência com os demais vereadores, “ouvindo suas histórias e sabendo dos esforços que eles fazem para cumprir seus mandatos”; e aos funcionários que “me acolheram plenamente”. Entre esses funcionários, fez uma homenagem ao assessor especial legislativo, Paulo Rogério, a quem elogiou pelo seu trabalho. E acrescentou que, de todas essas pessoas, recolheu “acréscimos à minha experiência de militante político e de vida”.
Ele também ressaltou que ao longo do mandato, membro da bancada governista, aprendeu a ser crítico e propositivo ao mesmo tempo. O aprendizado na Câmara passou também pela convivência com os vereadores da oposição. “Governo nenhum pode prescindir de uma oposição que critique, de forma oportuna, mas que se comprometa em apoiar matérias importantes para o crescimento da cidade”, disse. Ele sugeriu que, quando o prefeito João da Costa terminar o mandato, em dois anos, vá à Câmara Municipal agradecer pelo apoio que tem recebido dos vereadores.
Leia abaixo o discurso de Luciano na íntegra.
“Venho aqui nesta tribuna provavelmente pela última vez nesse período legislativo do exercício do meu mandato. A exemplo do que aqui fez o vereador Gustavo Negromonte quero também registrar, digamos assim, a minha despedida desta Casa. Ontem e hoje eu refletia sobre o meu aprendizado, sobre esses anos aqui na Casa de José Mariano e me dei conta de todo o apreço que eu posso devotar a esta Casa, inclusive nos oitos anos em que fui, com toda a honra, vice prefeito do Recife.
No exercício do cargo de prefeito, aqui compareci inúmeras vezes, também adotando a prática de jamais sancionar ou vetar um projeto de lei sem antes comunicar ao vereador proponente do projeto. Ao pensar nisso e ao fazer uma breve retrospectiva desses quase dois anos de trabalho posso dizer aos senhores vereadores e às senhoras vereadoras que me sinto extremamente gratificado, com a consciência do dever cumprido, do dever cumprido diante ao meu partido, ao ter adotado suas diretrizes, e de ter as ter cumprido com rigor, mas o dever cumprido também por me sentir colaborador do reforço e fortalecimento desta Casa.
Nós aqui optamos por cooperar, sobretudo, através das audiências publicas. Eu calculo que em torno de 1.200 pessoas, talvez, tenham vindo a esta Casa para debater mobilidade urbana, política municipal do livro e da leitura, o seminário que nós promovemos através da Comissão de Desenvolvimento Econômico, a questão dos resíduos sólidos, o projeto de consórcio metropolitano, ora em andamento na Secretária das Cidades do Governo do Estado.
Nós discutimos também a inter-relação entre o desenvolvimento econômico e a questão ambiental, discutimos o desafio de qualificar a mão de obra local para corresponder às demandas trazidas pelo novo ciclo de crescimento econômico que Pernambuco atravessa. Enfim debatemos um conjunto de questões candentes que dizem respeito à vida do Recife, com a intenção de lutar pela humanização da cidade.
É com muita convicção que agradeço a acolhida que sempre tive nesta Casa, bem como destacar a experiência que adquiri nas conversas, nos diálogos que travei como vereadores e vereadoras, ouvindo a história de vida de cada um, ouvindo o esforço que cada um faz no sentido de honrar os compromissos assumidos com o povo do Recife, que nos trouxe aqui a esta Casa como seus representantes.
Quero dizer também da minha gratidão por ter sido recebido nessa casa por todos os funcionários, pelo pessoal do apoio, da assistência pessoal e legislativa, imprensa e por todo o pessoal do som, pelos guardas municipais, por todos. Aqui eu me senti como se fosse um vereador antigo ou um velho amigo. Aqui eu só tive satisfação, aqui eu só recolhi acréscimos da minha experiência militante e da minha experiência de vida.
Quero dizer que, se antes eu já pensava assim, aqui sublinho minha convicção de que governo nenhum pode prescindir de uma oposição ativa, organizada e consciente, que lhe ofereça crítica toda vez que considere oportuno criticar, que proteste toda vez que considere oportuno protestar e também se comporte como oposição. Em nenhuma oportunidade, esta Casa negou ao prefeito João da Costa o seu voto e apoio em matérias de relevância para a vida da cidade.
Acredito até que a Casa tem muito da sua participação na construção de uma nova gestão, penso até que caberá ao prefeito ao encerrar o seu mandando deixar público o reconhecimento pelo papel e a contribuição dada pela Câmara Municipal do Recife. Por um dever de justiça, independentemente da critica e da divergência.
Isso também foi experimentado por parte da bancada do governo. Acredito que a melhor forma de participar da bancada de sustentação do governo é assumir uma atitude ao mesmo tempo propositiva e crítica. Se negar ao prefeito, neste caso, se negar ao governador ou ao presidente da República quando considerar que tenha de fazê-lo.
Daqui eu vou sair, repito, enriquecido pela minha militância e muito feliz por ter compartilhado com todos os vereadores e vereadoras um assento nesta Casa e dessa experiência de militância de vida.
Da Redação do site, com informações da Câmara Municipal do Recife.
Nenhum comentário:
Postar um comentário