No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
O capitalismo verde
A degradação ambiental é uma realidade em grande parte dos países com a proliferação de grandes concentrações de lixo a céu aberto, especialmente entre as nações do terceiro e quarto mundos.
Para a superação dessa realidade resultante de uma sociedade com altíssimos índices de consumo é necessária uma estratégia de planejamento urbano associada a políticas de proteção ambiental.
Mas eis que assistimos através da grande mídia hegemônica uma dessas famosas apresentadoras de televisão decretando que as sacolas de plástico de supermercado serão proibidas inicialmente em São Paulo e posteriormente por todo o território nacional.
O que implica que seja aprovada uma legislação federal sobre a matéria plenamente respaldada pelas normas constitucionais.
Mas como vem acontecendo em todas as questões, primeiro o complexo midiático hegemônico mundial, e congêneres nacionais, "legislam" sobre o assunto com intenso fogo de barragem publicitário e depois, sob coerção política, que se façam as leis.
Assim é que na coluna dos leitores da Gazeta de Alagoas uma senhora emitiu a sua opinião afirmando que o plástico tem sido usado desde os anos trinta do século passado como uma realidade que a sociedade moderna não pode abrir mão.
Presente numa imensa cadeia de coisas, desde as simples embalagens até às sofisticadas, complexas e resistentes engrenagens de alta precisão, na indústria automobilística, aeronáutica etc. Podemos acrescentar a essa infindável lista a medicina e quase todos os ramos da atividade humana.
A utilização do plástico resolveu muitos problemas para a humanidade e o seu manejo inadequado acarretou outros tantos. E dando como certa a sua extinção ela pergunta o que vai substituir as sacolas plásticas.
Na verdade o que há é uma tendência de reciclagem não especificamente das sacolas de plástico mas do lucro através do chamado "capitalismo verde" com novidades cosméticas que não alteram a natureza das desigualdades sociais nem dos problemas ambientais.
Mas aumentam significativamente a taxa de lucro e tornam os produtos bem mais caros ao cidadão comum.
É que mesmo em crise há uma ofensiva ideológica do capital global, como por exemplo a crescente antropofobia, gerando um discurso próprio de uma ditadura cultural, estética, do pensamento e comportamento únicos, típico de uma sociedade industrial-totalitária em consolidação nos tempos atuais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário