Siqueiros
Política e mercadoEduardo Bomfim, no Vermelho
Já se disse que na atual época em que vivemos
onde impera por quase todo planeta o monolítico pensamento único do Mercado, a
hegemonia global do capital financeiro, resta aos povos a luta política como um
espaço ainda não capturado de todo pelo rentismo internacional.
Porque é exatamente através da Política que se expressam os mais diversos setores da sociedade organizada, representada pelas mais distintas correntes de pensamento que apresentam seus ideários às nações na pluralidade e contradições dos segmentos que a compõem.
Pela sua via
são eleitos os representantes do povo em um certo período estipulado pelas
constituições cujos mandatos são aprovados ou rechaçados pelas grandes maiorias
indicando a sua continuidade ou negando-se a sua recondução.
É no
exercício da Política que são expostas as virtudes e mazelas das sociedades,
seus avanços, insuficiências, antigos vícios ou mesmo novos fisiologismos, as
conquistas históricas ou hábitos execráveis indignos à construção de uma
democracia madura, ao trato da coisa pública.
É na
militância da atividade Política que as mais amplas massas representativas dos
interesses verdadeiramente nacionais, ou de algum segmento minoritário,
expressam suas satisfações ou repúdios nas ruas, praças, escolas, no campo, nas
cidades.
A democracia
só pode sobreviver interligada com a Política e seu aperfeiçoamento exige bem
mais consequência numa escala ascendente ao ponto em que estejam conquistados
tantos níveis de avanços sociais quantos sejam necessários à libertação das
camadas oprimidas das distorções econômicas, sociais, castradoras da autonomia
e consciência cidadã quer seja em uma metrópole ou numa remota vila rural.
No afã de
roubar o direito das sociedades, das camadas populares, o Mercado via grande
mídia global associada tem encetado feroz campanha contra a Política jogando
sobre ela as razões da pobreza, corrupção, dos abismos sociais, causas
principais da miséria, do atraso das nações.
Omitindo as
origens dessas indignidades sempre associadas ao próprio Mercado e seus
prepostos dentro da Política, procurando marginalizá-la e com isso fechar o
círculo autoritário. Assim, o exercício da Política junto à democracia são os
únicos antídotos efetivos, reais à ditadura inclusive à ideologia totalitária
do Mercado.
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