Paulo
Nogueira, no Diário do Centro do Mundo
Muita
gente atribuiu os números do último Vox Populi a uma suposta simpatia do
instituto pelo PT.
Mas os
resultados do Datafolha divulgados hoje reforçam o que o Vox Populi apontava: o
momento é inteiramente favorável para Dilma.
O
quadro, a pouco mais de uma semana das eleições, é o seguinte: Dilma cresce,
Marina diminui e Aécio fica parado.
A grande
questão, hoje, é se esta tendência se manterá. Caso isso aconteça, são grandes
as chances de Dilma levar no primeiro turno.
Os
adversários de Dilma estão ajudando, é verdade. Aécio insiste em falar em
corrupção, como se fosse um Catão e os brasileiros idiotas.
Não
poderia triunfar, a verdade é essa, um candidato que começa sua campanha
jurando à plutocracia que iria tomar “medidas impopulares”.
Marina
se enrolou nela mesma. Abraçou um projeto conservador e depois teve imensa
dificuldade em sustentá-lo. Um dos casos mais notáveis de guinada foi o da CLT,
que ela prometeu “atualizar” para empresários e depois, diante da reação de
sindicatos, disse ser “sagrada”.
A
campanha de Dilma foi brilhante, talvez melhor até que seu governo.
Mesmo
sendo situação, ela soube capitalizar o desejo dos brasileiros de mudar. “Muda
Mais” é um dos melhores slogans da história política nacional.
Em
outro ponto explorado pelos adversários, o da corrupção, ela também tomou a
dianteira. Disse que a grande diferença entre hoje e antes é que no passado a
corrupção era empurrada para debaixo do tapete, e agora é combatida.
Fora
tudo, ela se beneficiou de um estado de espírito que tomou o mundo: a
insatisfação com a desigualdade social.
Neste
campo, são inquestionáveis os avanços promovidos primeiro por Lula e depois por
ela.
Programas
como o Bolsa Família e o Mais Médicos mudaram para melhor a vida dos pobres.
Sinal
disso, tanto Aécio quanto Marina gastam um bom tempo de suas falas na
defensiva, garantindo que não irão mexer em nenhum desses programas.
O
pior, para Aécio e Marina, é que eles não têm um único projeto social novo, de
porte, para anunciar.
Por fim,
não se deve subestimar também a força eleitoral de Lula. Com seu carisma, com
sua popularidade e com seu humor cortante, ele se empenhou intensamente pela
pupila.
Aécio
não teve um padrinho desses: FHC tira votos, em vez de trazer. E Marina teve em
Neca Setúbal uma conselheira e apoiadora de muito menor impacto eleitoral que
Lula.
Todas
as circunstâncias, vistas as coisas em retrospectivas, foram dar no cenário de
hoje: o franco favoritismo de Dilma.
Pode
mudar? Pode. Mas é altamente improvável. Aécio está fora do jogo. No jargão do
futebol, tem chances matemáticas. E para Marina a maior vitória será conseguir
se arrastar, em meio à rápida erosão de intenção de votos, até o segundo turno.
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