11 novembro 2014

Um poema de luta e coerência

Bandeiras
Marcelo Mário de Melo

As nossas bandeiras
devem estar sempre
içadas
inteiras
e limpas.

Bandeiras sujas e rasgadas
somente pela força dos ares
do suor
ou do sangue das campanhas.

É preciso proteger
nossas bandeiras
contra os ratos
e o mofo das gavetas.

As nossas bandeiras
não são para ficar
o ano todo guardadas
expostas apenas
em dias de festa.

Elas devem tremular
sempre
no alto dos mastros
e nas nossas andanças
de cada dia.

Assim
passando de mão a mão
de geração a geração
as nossas bandeiras
irão ficando gastas.

E de tempos em tempos
nós as substituiremos
por outras iguais
de panos novos.


E elas se olharão
como fazem
os avós e os netos.

E ficaremos todos satisfeitos
vendo as nossas bandeiras
renovadas
desfraldadas
inteiras
e limpas.

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