O diálogo nosso de cada dia
Luciano Siqueira
Numa breve conversa pelo Wathsaap, mais uma dentre tantas que com alguma frequência mantemos:
- Tenho aprendido muito com você.
- O aprendizado é mútuo, retruco.
- Mas você tem muito mais experiência e tudo o que digo ou faço não é inédito para você, muitas coisas são óbvias.
- Não se trata de medir experiências vividas, tudo é uma questão de sintonia, assevero.
E é.
A gente aprende sempre, desde que tenha olhos para ver e ouvidos para ouvir. E sensibilidade para compreender.
Essa lição retive desde a adolescência e tem me inspirado por toda a vida. No curso médico me ajudou muito; na vida profissional, pessoal e familiar e na militância política, mais ainda.
O mais jovem aprende com o mais experiente e vice-versa.
Às vezes é apenas um breve e fortuito diálogo, onde surgem "pistas" para a compreensão de algo que inquieta.
Muitas vezes, o aprendizado é fruto da convivência - de muitos encontros e muitas realizações, como ensina Rilke.
O poeta diria o mesmo até em relação às conversas pelas redes sociais de agora, creio. Pois pela web, quando a alma não é pequena, plasmam-se boas amizades.
Então, amigo, não ponha nos pratos de uma balança quem mais "ensina" a quem, a comparação não faz sentido. O ser humano é uma obra nunca concluída, ninguém é pleno e completo. Completamo-nos uns aos outros via encontros e desencontros, convergências e discrepâncias, dúvidas e certezas...
O diálogo é o território da dúvida, da pergunta e da resposta inconclusa. Como nos contos de As Mil e Uma Noites, jamais termina, recomeça e se reinventa sempre como espelho fiel da vida verdadeira.
Assim como a ausência do diálogo, ou o diálogo contaminado pelo sectarismo e pela intolerância, conspiram contra a vida.
"Se tu diferes de mim, tu me enriqueces", escreveu Dom Hélder.
Demais, se a memória por si mesma é criativa e o mesmo fato ou a mesma ideia ou o mesmo sentimento, passado algum tempo, se refazem diante dos nossos olhos, nunca haverá coisas tão óbvias que dispensem a troca de impressões; e tudo tem, mínimo que seja, um traço de ineditismo.
Então, sigamos nosso bom diálogo - pelas redes ou em torno de uma xícara de chá ou de um bom cappuccino no café da esquina.
Publicado no Jornal da Besta Fubana
Numa breve conversa pelo Wathsaap, mais uma dentre tantas que com alguma frequência mantemos:
- Tenho aprendido muito com você.
- O aprendizado é mútuo, retruco.
- Mas você tem muito mais experiência e tudo o que digo ou faço não é inédito para você, muitas coisas são óbvias.
- Não se trata de medir experiências vividas, tudo é uma questão de sintonia, assevero.
E é.
A gente aprende sempre, desde que tenha olhos para ver e ouvidos para ouvir. E sensibilidade para compreender.
Essa lição retive desde a adolescência e tem me inspirado por toda a vida. No curso médico me ajudou muito; na vida profissional, pessoal e familiar e na militância política, mais ainda.
O mais jovem aprende com o mais experiente e vice-versa.
Às vezes é apenas um breve e fortuito diálogo, onde surgem "pistas" para a compreensão de algo que inquieta.
Muitas vezes, o aprendizado é fruto da convivência - de muitos encontros e muitas realizações, como ensina Rilke.
O poeta diria o mesmo até em relação às conversas pelas redes sociais de agora, creio. Pois pela web, quando a alma não é pequena, plasmam-se boas amizades.
Então, amigo, não ponha nos pratos de uma balança quem mais "ensina" a quem, a comparação não faz sentido. O ser humano é uma obra nunca concluída, ninguém é pleno e completo. Completamo-nos uns aos outros via encontros e desencontros, convergências e discrepâncias, dúvidas e certezas...
O diálogo é o território da dúvida, da pergunta e da resposta inconclusa. Como nos contos de As Mil e Uma Noites, jamais termina, recomeça e se reinventa sempre como espelho fiel da vida verdadeira.
Assim como a ausência do diálogo, ou o diálogo contaminado pelo sectarismo e pela intolerância, conspiram contra a vida.
"Se tu diferes de mim, tu me enriqueces", escreveu Dom Hélder.
Demais, se a memória por si mesma é criativa e o mesmo fato ou a mesma ideia ou o mesmo sentimento, passado algum tempo, se refazem diante dos nossos olhos, nunca haverá coisas tão óbvias que dispensem a troca de impressões; e tudo tem, mínimo que seja, um traço de ineditismo.
Então, sigamos nosso bom diálogo - pelas redes ou em torno de uma xícara de chá ou de um bom cappuccino no café da esquina.
Publicado no Jornal da Besta Fubana
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