26 fevereiro 2015

Uma mudança de época, mas não uma época de mudanças

A nova ordem e a política

Eduardo Bomfim, no Vermelho

A luta política sempre é travada sob condições objetivas determinadas o que implica na observação e análise da realidade concreta, para que nela se possa intervir com um considerável nível de clareza e eficácia. Essa é uma constatação básica à ação das forças que atuam no cenário da política, assim como nas ciências em geral, que exige, portanto, o acompanhamento dos fenômenos em curso nas sociedades, caso contrário corre-se o risco da repetição em círculos sem a devida compreensão dos rumos, da perspectiva do futuro, do progresso em geral.

Porém nós vivemos “uma mudança de época, mas não uma época de mudanças” civilizatória, salvo a óbvia transformação científica, tecnológica.

Na verdade há dois fatores hegemônicos que os povos lutam para superar num período de incertezas abrangentes, além da incertezas existenciais, comuns aos seres humanos.

É a presença de duas espécies de barbáries interligadas: a da crueldade histórica, da violência, da tortura em geral, da fome, desemprego, das guerras regionais que se multiplicam, e a barbárie das finanças globais que paira sobre as sociedades através da chamada governança mundial ditada pelo capital financeiro, o poder geopolítico dos EUA, em que bilhões de pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia.

Assim é pela necessidade de combater essa realidade concreta que as nações lutam em busca de um outro desenho global mais democrático menos injusto, social e politicamente.

O capital rentista determina os caminhos das sociedades, dos indivíduos, e vem se alimentando de forma canibalesca com o fomento dos conflitos regionais, a captura das riquezas materiais, financeiras, a soberania dos países.

Por isso é que sob a égide dessa mudança de época mas não de uma época de mudanças, mesmo conectados pela internet, aplicativos digitais, os indivíduos acham-se tão desorientados como descrentes do progresso humano, das causas transformadoras que norteiam a humanidade, o espírito de um mundo melhor.

Daí surge o ceticismo com a política. Mas a luta determinada dos Estados nacionais como o Brics, a organização consciente das grandes maiorias, são o único caminho para a superação do status quo. Portanto urge aos segmentos progressistas, patrióticos, a peleja pela reabilitação Histórica dos elevados valores da política.
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