Magistrados pedem respeito à democracia
Portal Vermelho
A Associação dos
Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação Nacional dos Magistrados do
Trabalho (Anamatra) divulgaram nota conjunta em que critica os fatos ocorridos
no parlamento e afirmam esperar “dos que receberam a outorga do povo brasileiro
para administrar e legislar em prol dos interesses da nação o máximo empenho na
busca de um caminho seguro para sair da grave crise política e econômica que
nos aflige”.
De
acordo com a nota, “as cenas de agressões e obstruções do processo legislativo
são dignas de repúdio, inaceitáveis no Estado Democrático de Direito”.
“Inadmissível
a maquiagem de intenções no momento em que a transparência e a clareza dos
propósitos devem nortear a atividade pública”, afirma a nota assinada pelos
presidentes João Ricardo Costa (AMB) e Germano Silveira de Siqueira (Anamatra).
Em uma
clara crítica ao voto secreto manobrado por Cunha para impor uma comissão que
avaliará o pedido de impeachment majoritariamente da oposição golpista, as
entidades enfatizam: “A imunidade parlamentar é uma conquista da sociedade para
garantir que cada representante do povo firme sua posição de forma pública e
sem a necessidade de se ocultar sob o manto do voto secreto. O princípio
democrático consolidado na Constituição da República deve ser preservado como
vetor do debate político, e as questões fundamentais para a nação, como o
combate à corrupção, exigem postura bem diversa da que estamos presenciando”.
Sem
citar o nome do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ou de qualquer
outro parlamentar, a AMB e a Anamatra reafirmam que todos os envolvidos com
atos de corrupção devem ser punidos, “com a concretização do princípio de que a
lei deve valer para todos, inclusive com o afastamento de todo agente público
que exerça cargo de poder, quando envolvido formalmente em investigações
criminais, e que venha a dificultar a apuração de tais fatos, para preservar a
moralidade, o interesse da coletividade e as instituições em que atuam”.
A nota
destaca ainda que “a magistratura brasileira reafirma a sua confiança nas
instituições, sobretudo no Poder Judiciário, que assume seu papel de garantidor
da ordem constitucional”.
E
conclui: “É imperioso neste momento de crise a construção de um consenso
nacional para cessar a destruição do país e iniciar a reconstrução de um padrão
político ético e altivo para o pleno exercício dos direitos sociais e
econômicos, pleito inarredável da dignidade humana”. Leia também:
Juristas explicam porque pedido de impeachment é golpe parlamentar
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