Um marco de soberania
Aldo Rebelo, no portal Vermelho
Com o espírito dos
bandeirantes, que jamais aceitaram a submissão de Portugal à Espanha durante a
União Ibérica de 1580 a 1640, o capitão Pedro Teixeira desfraldou a bandeira
lusitana na imensidão do Rio Amazonas. Em 1637, navegou de Belém a Quito, no
Equador, e fincou o marco possessório português no domínio espanhol. A audácia
geopolítica incorporou a Amazônia ao reino de Lisboa e, depois da Independência
de 1822, a região permaneceu como uma dádiva geográfica do Brasil.
Desde então, com mais ou menos ênfase, sucessivos
governos têm procurado preservar a posse de uma área equivalente à metade da
Europa, porém muito mais rica em cobiçados recursos naturais. De numerosos
programas de ocupação e proteção, o mais profícuo da atualidade é o Calha
Norte, que em 19 de dezembro completa 30 anos.
A finalidade principal do Calha Norte é a
vigilância das fronteiras, mas, para além da presença militar em áreas
isoladas, sobressai como indutor do desenvolvimento ordenado e sustentável
mediante a construção de rodovias, portos, pontes, escolas, creches, hospitais,
redes de água e energia elétrica, além de modernos sistemas de
telecomunicações. A infraestrutura satisfatória induz à ocupação do vazio
demográfico e à fixação do homem na fronteira.
Coordenado pelo Ministério da Defesa, o Calha Norte
expande-se por meio de convênios com os estados e prefeituras de 194
municípios, a maioria situada ao longo dos 10.938 quilômetros da linha
fronteiriça regional. A área original de atuação na faixa setentrional do Rio
Amazonas agora transborda para localidades carentes ao sul do Mar Doce.
Conjugado a outros programas e operações regulares
das Forças Armadas, o Calha Norte expande o processo civilizatório brasileiro,
difunde cidadania efetiva e consciência nacional entre a população. Como
sentinela da Nação, expressa a presença realizadora do Estado na defesa da
soberania demarcada há quase quatro séculos pela intrepidez de Pedro Teixeira.
Leia mais sobre temas
da atualidade: http://migre.me/kMGFD
Nenhum comentário:
Postar um comentário