16 outubro 2017

Rumo a 2018

Preliminares de um jogo complexo
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo 

Nos dois planos — nacional e local — ganham corpo lances e manobras das forças políticas em presença, tendo em vista as eleições gerais de 2018.

Com uma particularidade: desta vez, mais do que o comum, o cenário futuro é marcado pela imprevisibilidade. Tanto pela multifacetada e intricada crise em que o país se vê mergulhado, como pelos movimentos erráteis e algo contraditórios dos atores locais. 

Com a consumação da última mini reforma política, pelo menos as regras do jogo estão postas. 
Mas o desenho das alianças, mais do que se possa supor, ainda demora a se fazer, pois há uma espécie de transição para a realidade eleitoral pós-impeachment, com todas as suas implicações, em que se sobressai a pergunta: qual será o ambiente social no qual o eleitor fará suas escolhas? 

Ou seja: terá perdurado o clima de descrença na política e nos políticos, a desesperança e a apatia? Ou a população terá enfim despertado para a necessidade de reagir usando mais criteriosamente a arma de que dispõe, o voto?

Numa ou noutra alternativa, mais do que artifícios midiáticos e a pirotecnia demagógica será necessário apresentar propostas consistentes e compreensíveis — o que exige um mínimo de compromisso dos candidatos, majoritários sobretudo.

Em Pernambuco, ainda que persista um quadro de alianças algo "misturado", resíduo do projeto presidencial de Eduardo Campos, um passo adiante possivelmente será dado movimento meio que de placas tectônicas (ainda lento) de reaproximação de forças à direita e à esquerda. 

A dispersão ainda é a tônica, mas a tendência é que se afirmem dois polos aglutinadores — um no governo, ainda liderado pelo PSB, outro na oposição, sem que se possa afirmar ainda sob a liderança de quem. Uma terceira via, como sempre é mais uma vez, certamente não será viável.

Alguns agem com truculência e precipitação; outros talvez exagerem na cautela; e todos ainda equidistantes do debate a ser feito, sobre os destinos do estado e do país.  

Mesmo os pré-candidatos à presidência da República ainda se voltam quase que exclusivamente para a narrativa do passado recente e da denúncia (ou do apoio velado) ao Estado de exceção inspirado nos exageros do Judiciário. 

No campo oposicionista em plano nacional, nem Lula, do PT, nem Ciro, do PDT, arriscam um ingresso no debate de soluções para a crise. Obviamente representando uma força organicamente menos volumosa, mas ideológica e politicamente expressiva, o PCdoB poderá decidir em seu 14° Congresso, em novembro, lançar pré-candidatura própria à presidência da República cuja motivação imediata será contribuir para o debate sobre os rumos do país.

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