25 setembro 2018

Luz no horizonte


Picasso
Entre o desalento e a esperança
Luciano Siqueira, no Blog da Folha

Em carta a Regueira Costa, que fora seu colega na Faculdade de Direito do Recife, o poeta Castro Alves menciona que a dor e o prazer são as expressões mais exatas da existência humana.

Pode ser.

A gente vive sempre entre sensações diametralmente opostas, que frequentemente se fundem e uma se superpõe a outra.

Caso da maioria dos eleitores brasileiros hoje. Entre o desalento e a esperança, finalmente parece que uma luz se alarga no horizonte.

Segundo as últimas pesquisas, crescente é o percentual de eleitores antes declarantes de que anulariam o voto ou não compareceriam às urnas, que agora já tendem a escolher seus candidatos.

Para a presidência da República, sobretudo.

Com um detalhe — conforme comento amanhã em meu canal no Youube — muito importante: o eleitor começa a fazer a diferenciação de conteúdos entre as diversas candidaturas.

Isto ajuda no sentido do voto minimamente consciente. E talvez seja por essa razão, por exemplo, que a candidata da Rede, Marina Silva, definhe a cada pesquisa. Perde eleitores tanto para o capitão Bolsonaro, como para o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, identificados como melhor apetrechados para defenderem as ideias de centro-direita da candidata.

Também perde intenções de voto para Fernando Haddad, da aliança PT-PCdoB, como para Ciro Gomes, do PDT, justamente da parte da base inicial da ex-senadora, que ainda a identificavam como situada próxima à esquerda.

Favorecendo esta ou aquela candidatura, a distinção de conteúdos contribui para um passo adiante na formação de uma consciência social avançada, para além dos artifícios midiáticos e das acusações mútuas entre candidatos.

Ruim que igual fenômeno compareça muito menos às disputas estaduais, até onde as informações circulam.

Como em Pernambuco, a despeito dos esforços de órgãos de imprensa em inquirirem os candidatos a governador sobre um conjunto de temas candentes.

Na campanha propriamente dita, há uma boa dose do chamado bate boca, com acusações mútuas, especialmente por parte do candidato Armando Monteiro, que encabeça a coalizão oposicionista.

Mas o fato é que — ainda na analogia com assertiva do poeta — a esperança parece com chances reais de triunfar sobre o desalento e, quem sabe, possamos viver no País uma nova fase de reconstrução democrática e de retomada do desenvolvimento econômico com inclusão social.

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