De saco cheio, sim
Luciano Siqueira
Era um saco! Sobretudo ofertas imobiliárias, que para mim ainda
tinham a sobrecarga de lembrar a impossibilidade de adquirir um imóvel por
absoluta falta de recursos.
Depois, desde o avanço extraordinário dos meios digitais, ligações
telefônicas e anúncios em vídeo nas redes sociais parecem nos levar a uma
verdadeira Babel de tentações para além da nossa capacidade de compra.
Muita gente não resiste, compra e se complica.
Hoje, a Folha de S. Paulo divulga que os brasileiros e brasileiras
recebem mais de 1 bilhão de ligações indesejadas todo mês, segundo a Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações).
De 2022 até hoje a agência bloqueou 184,9 bilhões de
chamadas de até seis segundos ou disparadas em massa, porém 15% ainda escapam
das barreiras.
Entre irritar-se ou simplesmente deixar para lá, é melhor a
segunda opção — até para mantermos o equilíbrio emocional.
O amigo Epaminondas, às vezes surpreendido por ligações em
momentos de lazer, entra na onda: atende a ligação, responde com um sonoro
"ligou para a pessoa errada, não estou afim de golpes nem de
propaganda" e desliga.
Diz ele que dá certo, mas
funciona como quem mata mosquito: há sempre uma nova leva em seguida.
Donde se conclui que estamos diante de um dos horrores do século
XXI. Que se há de fazer?
[Ilustração: imagem gerada por I.A.]
Leia também: Os clarins de Momo se aproximam https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/01/minha-opiniao_24.html
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