Às voltas com o ofício de botar as idéias em ordem, em meio à turbulência de uma agenda mais do que carregada, a surpresa de ver um pássaro minúsculo pousar no parapeito da janela do escritório e fugir apressado. Nem deu para distinguir – parecia um pardal. De pronto vem à mente o poema de Vinícius: A um passarinho Para que vieste Na minha janela Meter o nariz? Se foi por um verso Não sou mais poeta Ando tão feliz! Se é para uma prosa Não sou Anchieta Nem venho de Assis. Deixa-te de histórias Some-te daqui! Beleza dos versos do poeta à parte, bem que preferia que o pardal – era mesmo um pardal? – voltasse para quebrar a monótona seqüência das anotações feitas com o único objetivo de dar coerência às atividades programadas para esse meio de semana. |
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
20 junho 2006
O pardal e o poeta
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