21 novembro 2009

A questão ambiental e o interesse das nações

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Façam o que eu digo

Nem sempre as palavras representam um testemunho de vida. É o caso das intenções propagadas por vários governos de países do primeiro mundo sobre os assuntos de natureza ambiental, alguns os maiores poluidores da Terra.

O que comprova que muitas das posições difundidas mundo afora como “politicamente corretas” são uma verdadeira falácia ou representam disfarçados interesses econômicos de grandes corporações ou determinadas nações ricas e incitam atitudes sociais intolerantes, dogmáticas e até mesmo em alguns casos de caráter fundamentalista ou fascista.

A grande mídia hegemônica nacional encontra-se repleta de programas e apresentadores que difundem posturas e atitudes de comportamentos considerados “politicamente corretos” e que muitas vezes não são adotados nem por eles próprios. Mas como a maioria desses divulgam concepções e posições que são em grande parte importadas dos principais centros econômicos internacionais, eles são, vez em quando, impactados por uma perplexidade quase catatônica ao divulgarem algumas notícias fora do contexto. Foi o caso da posição dos Estados Unidos, além da China, sobre a redução das emissões de gás carbônico sobre a atmosfera. Quanto à China nem tanto, porque ela não se enquadra no “politicamente correto”, mas a posição do governo norte-americano foi um tremendo choque. Afinal os EUA foram contra ao que se considera ambientalmente correto e se negaram a assumir metas de redução de gás carbônico nos próximos anos.

O pior disso tudo, para os “politicamente corretos”, é que o governo Lula resolveu assumir para o Brasil uma grande meta de diminuição de gás carbônico para a conferência de Copenhague e cobrou responsabilidade ambiental do presidente Obama. A grande verdade é que todo o crescimento econômico substancial de uma nação que se proponha ao desenvolvimento, justiça social e soberania, implica em uma inevitável dose de poluição atmosférica, até quando se imponha o que se prenuncia, uma nova revolução energética. Enfim, os que defendem a tese imobilista, de origem anglo-americana também ramificada em outros países europeus, de uma Amazônia como um “santuário ambiental mundial”, que são contrários ao seu desenvolvimento ecológico e sustentável, devem estar meditando sobre o ditado popular: façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço.

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