25 março 2011

Boa noite, Lílian Maial

Luas

são uns olhos estranhos
mistérios e espanto
perdem-se em luz
prendem-me em nus

são olhos gentis
pupilas tão castas
desnudam a casca
não sabem as dores
cegam-se às cores

são uns olhos lindos
caminhos sem rota
colchões de geleia
tão doces e meigos
cruéis, sem remorsos

teus olhos nos meus
por breves instantes
são fita isolante
de cílio a cílio
desejo e estima
cisco e lágrima
ruga e rima


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