Luciano Siqueira
A Frente Popular em Pernambuco vai bem, obrigado. Aqui e acolá, como é natural, surgem discrepâncias pontuais sem maiores consequências – pelo menos entre os partidos que a compõem. Problemas internos no PT tem lá sua relevância, mas não a ponto de provocarem fissuras no conjunto da coalizão que prossegue vitoriosa tendo como principal referência a obra de governo realizada por Eduardo Campos e aliados.
Fatores de risco, digamos assim, falando em linguagem médica, sempre existirão na proporção exata em que distintas pretensões podem se contrapor, agora ou em médio prazo. Mas muito menores, infinitamente menores, do que desejam os adversários – estes carentes de ideias e poder de fogo.
Daí soar como certo exagero o suposto envolvimento do ex-presidente Lula, quando e sua recente estada em Pernambuco (para receber justas homenagens), na solução de “impasses” na Frente Popular. No interior do PT, talvez. E, reconheça-se, ninguém terá maior autoridade para apelar à unidade na diversidade do que o ex-presidente, que chegou ao governo da Nação e o conduziu por oito anos, com pleno êxito, à testa de coligação ampla e diversificada. Para tanto, bem sabemos, dedicou-se a permanente trabalho de engenharia política, frequentemente complexo e arriscado.
Mas cá na província também temos nossa experiência na matéria. Ao longo de muitos anos e na atualidade. Além das realizações dos primeiros quatro anos, certamente o fator decisivo para a acachapante vitória eleitoral de Eduardo Campos sobre o oponente, outrora campeão de votos, Jarbas Vasconcelos, terá sido a capacidade do governador em ajuntar correntes políticas e líderes de perfis tão diversificados.
E não há nenhum sinal de que as principais lideranças e partidos que aqui se reúnem em torno da liderança do governador e em apoio ao governo Dilma Rousseff venham a se perder no varejo, permitindo que se ponha interesses pessoais ou de grupos acima da causa comum. Ou que dificuldades internas neste ou naquele partido provoquem mudança de rumo.
Sequer as naturais disputas no pleito do ano vindouro, que colocarão em distintos palanques forças do mesmo campo, inclusive em cidades estrategicamente importantes, terão consequências desse porte.
A presença – e o exemplo – de Lula será sempre benéfica. Mas haveremos de contar com as próprias forças, vale dizer, o bom senso, o espírito público e o equilíbrio de cada um, para darmos conta dos nossos desafios.
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