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16 julho 2011
Crise global e ataque especulativo
No Vermelho, por Eduardo Bomfim
Delírio especulativo
A crise econômica internacional continua em seu itinerário pela Europa fazendo novas vítimas entre as nações do velho continente. Desta vez os países atingidos são a Espanha e a Itália que sofreram delirantes ataques do capital especulativo internacional.
Assim, além da Grécia, Irlanda e Portugal, se acercam do abismo duas outras economias que não podem ser consideradas como periféricas da zona do Euro. Ao contrário, as duas se encontram entre as cinco maiores potências econômicas da Europa.
Esses novos ataques especulativos contra a Espanha e a Itália envolvem uma população somada de mais de cem milhões de habitantes e duas complexas sociedades industrializadas europeias.
Isso sem falar que foi rebaixada ainda mais a nota da dívida soberana da Irlanda. Esse País entrou em uma zona de turbulência desenfreada, uma espécie de cúmulo-nimbo das finanças, provocada pelo capital rentista.
Por outro lado a aproximação de uma moratória da estratosférica dívida norte-americana é cada vez mais real devido ao limite do endividamento público dos Estados Unidos que está chegando perto do seu teto constitucional.
Mesmo que a possibilidade do calote americano possa ser relativizada em decorrência do dólar como moeda padrão universal, o que é pertinente, e, por conseguinte, o governo dos Estados Unidos resolva inundar a economia internacional com sua moeda, em um nível bem maior do que já se encontra, aprofundando mais ainda a atual crise econômica internacional do capitalismo, a desmoralização generalizada da nova ordem mundial atingirá gravíssima dimensão.
Mas apesar dessa crise global que já atinge em cheio os Estados Unidos, o Japão e a Europa, lançando ao desemprego centenas de milhões de pessoas em todo o mundo, a grande mídia hegemônica nacional tergiversa sobre a gravidade da situação através de recorrentes manchetes diversionistas.
Assim, o governo brasileiro precisa adotar urgentes medidas que sustem a sobrevalorização do Real, que impeça os ataques do capital especulativo, reduza as taxas de juros em órbita e prepare as condições objetivas para um vigoroso fortalecimento industrial e do mercado interno.
Se iniciativas corajosas forem tomadas sem hesitações, a nação, os trabalhadores, o povo brasileiro em geral poderão emergir desse quadro internacional de bancarrota sistêmica em novas e favoráveis condições históricas ao desenvolvimento econômico e de avanços na justiça social.
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