22 novembro 2012

Programa e prática de governo

O dito será feito
Luciano Siqueira

 
Publicado no portal Vermelho www.vermelho.org.br

Para que serve o programa de governo apresentado pelo candidato a prefeito durante a campanha? A essa altura dos acontecimentos, passado o pleito, a resposta óbvia é: para ser levado à prática.

Óbvia, porém nem sempre assim compreendida – ou praticada. Aqui na Mauricéia já tivemos campanhas vitoriosas sem programa e campanhas vitoriosas com programa bem formulado, mas logo largado na prateleira. Em eleições para o governo do estado, certa feita um candidato – por sinal altamente qualificado – punha em dúvida: para que programa? Outro, nem tão qualificado assim, simplificava a coisa considerando que bastaria um pequeno grupo de intelectuais bem postos redigirem um conjunto de propostas, traduzidas em seguida em linguagem apropriada pelo pessoal de marketing, e o assunto estaria resolvido.

Ambos subestimavam um instrumento indispensável para unir forças e galvanizar parcelas expressivas do eleitorado, e vencer; e, no governo, para servir de guia para a ação.

No pleito recém-findo tivemos no Recife uma excelente experiência nessa matéria. A Frente Popular, liderada pelo candidato a prefeito Geraldo Julio, do PSB, tendo o autor dessas linhas como candidato a vice, construiu o programa paulatinamente, no curso da campanha, através de amplo diálogo com a sociedade. Chegamos a debater os problemas da cidade com mais de 60 grupos organizados da sociedade, representados por entidades corporativas de empresários e trabalhadores, por instituições públicas e privadas, universidades, mulheres, juventude, movimento LGBT, etc. De modo que o programa que nós registramos em cartório, para ser cobrado pela população, já na última semana de campanha, é rigorosamente produto dessa ausculta, combinada com análise política e técnica por parte do corpo de quadros da campanha, resultando na unidade e coesão da coalização partidária e social. O escopo do programa está no desenvolvimento em favor de uma cidade mais humana.

O programa se assenta em cinco eixos: Organizando a cidade, onde está contida a retomada do planejamento urbano e o enfrentamento de problemas como a mobilidade e o transporte, a coleta, destinação e tratamento dos resíduos sólidos, habitação, saneamento e drenagem, etc.; Qualificando os serviços, no sentido de assegurar qualidade e eficácia aos serviços de saúde, educação, segurança, esporte e lazer, etc.; Direitos Humanos, proteção e emancipação social, onde se inserem políticas específicas para a mulher, a população idosa, a juventude, a igualdade racial etc.; Multiplicando as oportunidades, que diz respeito ao desenvolvimento econômico e a inovação tecnológica; e Profissionalizando a gestão, para ampliar a capacidade de recursos e de investimentos.

Agora, em pleno trabalho de transição para o novo governo, o prefeito e o vice-prefeito eleitos, com apoio de competente elenco de quadros, temos em mãos o programa justamente para orientar o planejamento estratégico a se fazer no início da gestão e, sobretudo, para assegurar que o dito será feito.

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