29 novembro 2012

Sinais de um novo tempo

Lula Cardoso Ayres
Novos governos, gestos marcantes
Luciano Siqueira

Publicado no portal Vermelho www.vermelho.org.br

Governos se comunicam antes de tudo pelo gesto – pelo que é feito, realizado e que toca na sensibilidade das pessoas. A propaganda institucional, ainda que importante e decisiva, age como complemento.

Os novos governantes de nossos municípios (e os que se reelegeram) necessitam, no início da gestão, em janeiro, praticar gestos que sinalizem a que vieram. A exemplo do que fez Lula, quando assumiu a presidência da República em 2003. No seu discurso de posse, ao lado de um conjunto de considerações de natureza estratégica e programática – que norteariam o governo -, anunciou o Programa Fome Zero, destacado pela grande mídia como principal novidade. Ali o presidente metalúrgico sinalizava, de um modo simples e compreensível, que daria prioridade à melhoria da vida dos milhões de brasileiros em situação de miséria e, por extensão, aos pobres. Uma marca de governo.

Os novos prefeitos assumirão cercados de uma imensa expectativa. O sentimento de mudança e de renovação predominou no pleito recente, diferentemente do ocorrido em 2008, quando 67% dos prefeitos foram reeleitos, em contraste com os atuais 55%.

Mesmo prefeitos bem situados politicamente, ostentando programas de governo bem fundamentados e factíveis, já nas primeiras semanas terão que atender as expectativas da população através de iniciativas que traduzam mudança. Nesse sentido, o número cabalístico 100 – “os primeiros 100 dias” -, que se tomou como convencional para a avaliação do início dos governos desde que Kennedy assim se propôs, nos EUA, na década de 60 do século passado, servirá de referência.

Isto significa que a par de medidas óbvias destinadas a assegurar a matrícula e o bom funcionamento da rede de escolas municipais, a contratação da merenda escolar; o funcionamento das unidades de saúde, devidamente abastecidas de medicamentos; e, no caso do Recife, a realização exitosa do Carnaval, mais há que ser feito que repercuta positivamente na opinião pública.

Mas será preciso, concomitantemente, dar passos seguros na execução do Programa anunciado na campanha. Para tanto, impõe-se um planejamento estratégico que indique objetivos, metas, cronograma e métodos de ação.

Serão duas linhas que se cruzam: a das iniciativas imediatas, ressonantes; a da construção da obra de governo em médio prazo. Indispensáveis para que se gerem oportunidade de mídia espontânea, positiva; e para que a comunicação institucional faça a sua parte.

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