Luciano Siqueira
Publicado no portal Vermelho e no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)
Antes, estardalhaço na grande mídia e euforia nas oposições.
Agora, a notícia quase passa despercebida, obtendo discretíssimas chamadas de primeira
página e peso apenas moderado nas páginas internas dos jornais. Quanto às vozes
oposicionistas, sempre prontas a reverberar expectativas supostamente
otimistas, ansiosas por um cenário eleitoral propício a uma disputa num
hipotético segundo turno, neste instante, permanecem mudas.
Nada de novo nisso. Pesquisas se prestam, via de regra, a
duas visões: a objetiva, de quem procura ler nos dados o máximo de aproximação
da realidade concreta – até para ajustar suas estratégias de luta; a
tendenciosa, que manipula para mais ou para menos a apreciação dos resultados,
para fins pirotécnicos. Ambas fazem parte do jogo político.
O fato é que tanto a queda de antes, como a retomada de agora
têm seus significados.
A queda, tudo indica principalmente relacionada com a carga
de imagens negativas na TV, tendo como foco os atos de violência praticados por
uma gama de grupos anarquistas, “esquerdistas” e provocadores (estes a soldo da
direita conspiradora). Isto para passar a falsa impressão de que o País estaria
diante de um governo fraco, sem pulso, incapaz de garantir a normalidade
democrática. E, por conseguinte, gerar ambiente de insegurança no conjunto da
população.
A ascensão de agora provavelmente tem a ver com uma mescla
de fatores, dentre os quais, destacadamente, o “conjunto da obra” (melhoria das
condições de existência da maioria dos brasileiros nos últimos dez anos),
respostas dadas aos reclamos das ruas (mormente o programa “Mais médicos”) e,
vale anotar, a ausência de um contraponto propositivo. A anemia de propostas
alternativas por parte da oposição deixa um vazio que o próprio governo
(re)ocupa.
Todavia, essa evolução recente de índices está longe de
significar cenário claro ou tranquilo no pleito de 2014. Nada disso.
Historicamente eleições presidenciais no Brasil sempre foram objeto de pelejas
acirradas, quando não de crise e instabilidade política e institucional. O que
estará em jogo, ano que vem, tem enorme dimensão imediata e estratégica. Os
brasileiros escolherão entre a continuidade do atual ciclo de transformações,
iniciado em 2003; ou a sua interrupção e o retorno a um padrão de
desenvolvimento econômico e social diametralmente oposto.
Importa acompanhar novas pesquisas, a serem divulgadas em
breve. Mas com a cautela de que, por enquanto, revelam apenas tendências.
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