11 setembro 2013

Pesquisas: cenário em formação

Dilma desce e sobe: duas visões
Luciano Siqueira

Publicado no portal Vermelho e no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)
 
Recentemente, a presidenta Dilma sofreu queda significativa nas pesquisas – coincidindo com o surto de manifestações populares de junho. Agora, sondagens Vox Populi e CNI/MDA assinalam, ambas, retomada importante dos percentuais de regular, bom e ótimo. Ou seja, o saldo volta a ser positivo, num crescendo. Tanto a avaliação da presidenta, como a do governo e as possibilidades eleitorais.

Antes, estardalhaço na grande mídia e euforia nas oposições. Agora, a notícia quase passa despercebida, obtendo discretíssimas chamadas de primeira página e peso apenas moderado nas páginas internas dos jornais. Quanto às vozes oposicionistas, sempre prontas a reverberar expectativas supostamente otimistas, ansiosas por um cenário eleitoral propício a uma disputa num hipotético segundo turno, neste instante, permanecem mudas.

Nada de novo nisso. Pesquisas se prestam, via de regra, a duas visões: a objetiva, de quem procura ler nos dados o máximo de aproximação da realidade concreta – até para ajustar suas estratégias de luta; a tendenciosa, que manipula para mais ou para menos a apreciação dos resultados, para fins pirotécnicos. Ambas fazem parte do jogo político.

O fato é que tanto a queda de antes, como a retomada de agora têm seus significados.

A queda, tudo indica principalmente relacionada com a carga de imagens negativas na TV, tendo como foco os atos de violência praticados por uma gama de grupos anarquistas, “esquerdistas” e provocadores (estes a soldo da direita conspiradora). Isto para passar a falsa impressão de que o País estaria diante de um governo fraco, sem pulso, incapaz de garantir a normalidade democrática. E, por conseguinte, gerar ambiente de insegurança no conjunto da população.

A ascensão de agora provavelmente tem a ver com uma mescla de fatores, dentre os quais, destacadamente, o “conjunto da obra” (melhoria das condições de existência da maioria dos brasileiros nos últimos dez anos), respostas dadas aos reclamos das ruas (mormente o programa “Mais médicos”) e, vale anotar, a ausência de um contraponto propositivo. A anemia de propostas alternativas por parte da oposição deixa um vazio que o próprio governo (re)ocupa.

Todavia, essa evolução recente de índices está longe de significar cenário claro ou tranquilo no pleito de 2014. Nada disso. Historicamente eleições presidenciais no Brasil sempre foram objeto de pelejas acirradas, quando não de crise e instabilidade política e institucional. O que estará em jogo, ano que vem, tem enorme dimensão imediata e estratégica. Os brasileiros escolherão entre a continuidade do atual ciclo de transformações, iniciado em 2003; ou a sua interrupção e o retorno a um padrão de desenvolvimento econômico e social diametralmente oposto.

Importa acompanhar novas pesquisas, a serem divulgadas em breve. Mas com a cautela de que, por enquanto, revelam apenas tendências.
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