Eduardo Bomfim, no Vermelho
O discurso nas Nações Unidas da presidente
Dilma repudiando a ofensiva de espionagem dos Estados Unidos contra os
cidadãos, governo, empresas brasileiras foi uma afirmação de soberania do País
e ao mesmo tempo um alerta sobre a gravidade e os desdobramentos da atual
situação geopolítica internacional.
Gestada numa crise estrutural do capitalismo em escala global provocando a debacle das nações do chamado primeiro mundo só comparável à grande depressão econômica mundial de 1929-1930 quando riquezas fabulosas esfumaçaram-se da noite para o dia semeando violenta hecatombe social, espalhando a fome, desemprego por todo o planeta.
O que anda corroendo a Europa, Estados Unidos, outros Países ditos desenvolvidos é a recorrência, com diferenciações, do mesmo cenário dos anos trinta e o remédio aplicado pelo grande capital financeiro é idêntico, ou seja, jogar sobre as costas dos trabalhadores, setores médios, às nações, a fatura da orgia do rentismo chamada eufemisticamente de “exuberância irracional do capital global”.
Após a queda do muro de Berlim esse mesmo capital, os Estados Unidos passaram a exercer uma hegemonia incontestável, econômica, militar, ideológica, política e ascendeu absoluta a nova ordem mundial, o retorno do velho liberalismo com nova roupagem, o neoliberalismo.
Mas a crise estrutural capitalista em 2008 abalou os falsos paradigmas edificados nas últimas décadas: a doutrina neoliberal, um conjunto de valores impostos à humanidade, sociais, morais, culturais da “nova ordem”, a arquitetura geopolítica mundial implantada nesse período.
Com o atual naufrágio econômico, o que foi “consensualmente imposto” aos povos através de lavagem cerebral via mídia global nomeada ventríloqua do império, do grande capital, transmutou-se em guerra de rapina, em novo tipo de fascismo contra o resto do mundo.
Onde a espionagem irrestrita é apenas uma das faces dessa Novíssima Ordem que emerge sob o prisma da agressão militar, chantagens abertas contra os Países especialmente os BRICS.
Para manter-se soberano nesse dramático cenário global impõe-se ao Brasil a construção de um novo projeto de desenvolvimento econômico, superar abismos sociais históricos, mobilizar politicamente na defesa desse projeto de nação as grandes maiorias da sociedade brasileira.
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