Raul Córdula
Comparações inadequadas
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Manuseando o controle da TV, peguei o restinho de uma
discussão num canal de esportes acerca do desempenho de Valdívia e Ademir da
Guia, meiocampistas do Palmeiras. Como se sabe, de períodos bem diferentes do futebol.
De pronto incluí a matéria na categoria do “não vi, mas não gostei”.
Nada de original nisso. Quantas vezes não ouvimos alguém opinar sobre o que não conhece ou não viu?
Minha mãe Oneide viveu exatos 92 anos sem ter provado Coca-Cola, mas garantindo não gostar da bebida...
Já a comparação entre Valdívia e Ademir da Guia não faz o menor sentido.
Ademir da Guia, um dos craques que fizeram a história do clube e com lugar de honra na galeria dos melhores jogadores do futebol brasileiro, jogou numa época em que havia espaço e tempo para armar as jogadas. Ele “andava” em campo e vislumbrava, como poucos, a oportunidade de um lançamento ao companheiro melhor situado na entrada da área adversária.
Como o bi-campeão mundial Didi, inventor da “folha seca”.
Ou mesmo Gerson, o “canhotinha de ouro”.
Já Valdívia enfrenta um modelo de futebol em que as táticas cada vez mais apuradas se aperfeiçoam na arte de ocupar todos os espaços. A bola não para, feito no totó.
Do atleta se exige força física e técnica. Muita técnica e agilidade, sobretudo, no caso dos meiocampistas.
Então, comparar os dois craques não vale.
É o mesmo que buscar semelhanças entre a estratégia e a tática da Revolução Russa de 1917 e a luta pelo socialismo nos dias atuais. Teoricamente, é puro mecanicismo. Pior: um traço de dogmatismo que leva a supor que “modelos” de revolução possam ser transplantados de um país a outro, inclusive em tempos históricos distintos.
O movimento popular e revolucionário mundo afora tem aprendido essa dura lição. E, assim, melhorado – fazendo-se capaz de resistir na atual conjuntura de defensiva estratégica, pós demoronamento da ex-União Soviética, preparando a contraofensiva futura.
Comentaristas esportivos deviam aprender também – evitando comparações infundadas entre jogadores e mesmo equipes, sem o devido desconto das épocas históricas distintas e da evolução (extraordinária) do futebol mundial.
Do ponto de vista metodológico, portanto, refletir sobre a luta revolucionária e analisar o futebol têm muito em comum.
De acordo?
Leia mais sobre temas da atualidade: http://migre.me/kMGFD
De pronto incluí a matéria na categoria do “não vi, mas não gostei”.
Nada de original nisso. Quantas vezes não ouvimos alguém opinar sobre o que não conhece ou não viu?
Minha mãe Oneide viveu exatos 92 anos sem ter provado Coca-Cola, mas garantindo não gostar da bebida...
Já a comparação entre Valdívia e Ademir da Guia não faz o menor sentido.
Ademir da Guia, um dos craques que fizeram a história do clube e com lugar de honra na galeria dos melhores jogadores do futebol brasileiro, jogou numa época em que havia espaço e tempo para armar as jogadas. Ele “andava” em campo e vislumbrava, como poucos, a oportunidade de um lançamento ao companheiro melhor situado na entrada da área adversária.
Como o bi-campeão mundial Didi, inventor da “folha seca”.
Ou mesmo Gerson, o “canhotinha de ouro”.
Já Valdívia enfrenta um modelo de futebol em que as táticas cada vez mais apuradas se aperfeiçoam na arte de ocupar todos os espaços. A bola não para, feito no totó.
Do atleta se exige força física e técnica. Muita técnica e agilidade, sobretudo, no caso dos meiocampistas.
Então, comparar os dois craques não vale.
É o mesmo que buscar semelhanças entre a estratégia e a tática da Revolução Russa de 1917 e a luta pelo socialismo nos dias atuais. Teoricamente, é puro mecanicismo. Pior: um traço de dogmatismo que leva a supor que “modelos” de revolução possam ser transplantados de um país a outro, inclusive em tempos históricos distintos.
O movimento popular e revolucionário mundo afora tem aprendido essa dura lição. E, assim, melhorado – fazendo-se capaz de resistir na atual conjuntura de defensiva estratégica, pós demoronamento da ex-União Soviética, preparando a contraofensiva futura.
Comentaristas esportivos deviam aprender também – evitando comparações infundadas entre jogadores e mesmo equipes, sem o devido desconto das épocas históricas distintas e da evolução (extraordinária) do futebol mundial.
Do ponto de vista metodológico, portanto, refletir sobre a luta revolucionária e analisar o futebol têm muito em comum.
De acordo?
Leia mais sobre temas da atualidade: http://migre.me/kMGFD
Nenhum comentário:
Postar um comentário