15 março 2016

Por igualdade de oportunidade

Contra a meritocracia burguesa, mobilizar a juventude!
Nilson Vellazquez, no blog Verbalize

Das mentiras que a classe dominante conta para escamotear a luta de classes, uma, com certeza, é a noção de meritocracia que é passada. Para esses, todo o sucesso, principalmente da vida profissional e pessoal cabe exclusivamente ao esforço pessoal, comprometimento, abnegação; todas, características individuais que lhe farão “ser alguém na vida”.
Essa ideologia da meritocracia, além de esconder a verdadeira face do sistema social vigente, estimula o individualismo, inibe as práticas coletivas de busca do bem comum e penetra nas consciências humanas desde muito jovens, tendo como principais propagadores os aparelhos ideológicos do estado – instrumentos muito bem utilizados para cultivar esses valores.
Na escola, aparelho em que, historicamente, há uma separação entre a escola dos filhos dos trabalhadores e a dos filhos da burguesia, essa ideia do mérito individual é perpetuada como verdade absoluta, seja na escola dos filhos da burguesia, seja na escola dos filhos dos trabalhadores. Nesse caso, o traço fundamental é que, na escola da burguesia, há praticamente um treinamento formal para que os filhos dessa sejam perpetuados como classe dominante e, sobretudo, dirigente do país, ou seja, já foram escolhidos! Já na escola dos filhos dos trabalhadores, a ideia de meritocracia é constantemente repassada como maneira de tirá-los da condição de súditos para classe dominante. Dessa forma, professores e dirigentes dessas escolas – em sua maioria públicas – desprezam o papel, no Brasil, de programas recentes como o PROUNI, que têm contribuído sobremaneira para diminuir o abismo existente entre as trajetórias das classes dominantes e dos trabalhadores, o que, inclusive, explica o fato de a maioria dos trabalhadores deverem a causa de melhoria de suas vidas ao esforço individual e não às melhorias pelas quais o país passou.
Esses elementos, de meritocracia e de separação descarada da educação dada aos jovens das classes dominantes e aos das classes trabalhadoras, justificam ainda mais o papel revolucionário que a juventude pode e deve cumprir. Se é verdade que a classe dominante já escolheu os seus, os herdeiros, os futuros donos das empresas dos pais, aos trabalhadores cabe a liderança do processo de transformação, cujo epicentro está nas novas gerações.
Por isso, às novas gerações, cabe o papel de organização, de estímulo ao espírito coletivo e comoção em torno das causas sociais das mais diversas matizes. Não desprezar qualquer tipo de causa que mobilize o povo, em especial a juventude, é um grande passo. Nesse sentido, tornar os jovens mais presentes nos debates eleitorais de suas cidades, ganha contornos de essencial no estágio atual da luta de classes no Brasil e no mundo. Ganhar o debate entre aqueles que, verdadeiramente, podem e querem mudar o mundo é essencial, e, com certeza, motivador.
Vamos à luta!

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