19 abril 2017

Gesto elevado

Defesa da nação
Luciano Siqueira, no Blog da Folha

Um país que se respeite há de ter sempre, nos momentos mais difíceis, vozes que se alevantam em defesa dos interesses nacionais e do povo.

O Brasil é um país de peso geopolítico próprio, mais do que respeitável, ainda que temporariamente – com José Serra e agora com Aloysio Nunes -, tenha abandonado a postura de independência e altivez e se realinhado com os EUA.

Num mundo em transição para uma nova ordem multipolar, voltamos a uma posição retrógrada.
Isto num cenário geral de crise mundial e interna, o que acentua nossas vulnerabilidades.

E para completar os infortúnios do momento, na esteira da controversa Operação Lava Jato se acelera o esgarçamento das instituições e a negação da política, abrindo um perigoso vazio muito próprio de situações pré-ditaduras.

Mas, nessas adversas circunstâncias, sob a liderança do ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, renomados economistas, professores, físicos, engenheiros, sociólogos, músicos, arquitetos, cineastas, escritores, intelectuais, políticos, advogados lançaram dias atrás o Manifesto do Projeto Brasil Nação  http://migre.me/wqMLG.

Nele, com clareza e consistência, a denúncia do desmonte do Estado nacional e a regressão de conquistas e direitos sociais, o esfacelamento de nossa indústria a partir da espoliação da Petrobras – que ameaçam conduzir o Brasil “à dependência colonial e ao empobrecimento dos cidadãos, minando qualquer projeto de desenvolvimento.”

“Privatizar e desnacionalizar monopólios serve apenas para aumentar os ganhos de rentistas nacionais e estrangeiros e endividar o país”, assinala o documento. 

E acentua que “o governo reacionário e carente de legitimidade não tem um projeto para o Brasil. Nem pode tê-lo, porque a ideia de construção nacional é inexistente no liberalismo econômico e na financeirização planetária. Cabe a nós repensarmos o Brasil para projetar o seu futuro – hoje bloqueado, fadado à extinção do empresariado privado industrial e à miséria dos cidadãos”.

Nessa direção, os subscritores do documento se ajuntam aos que se batem pela necessidade de se combinar a denúncia e o protesto – no parlamento, nas redes e nas ruas – com a construção de uma plataforma capaz de unir amplos segmentos sociais e políticos verdadeiramente comprometidos com a defesa da Nação.

O documento sentencia que “nossos pilares são: autonomia nacional, democracia, liberdade individual, desenvolvimento econômico, diminuição da desigualdade, segurança e proteção do ambiente – os pilares de um regime desenvolvimentista e social.”

Uma palavra sensata, aguerrida e oportuna – a ser considerada e debatida amplamente.

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