20 março 2019

Bolsonaro nos EUA

Charge de Sid
Deslumbre infantil e subserviência
Luciano Siqueira

Já tivemos governantes carentes de uma consciência nacional elevada. Mas jamais tivermos tamanha demonstração de subserviência como a praticada pelo presidente Jair Bolsonaro e sua entourage, na recente visita aos EUA.

O presidente sequer consegue verbalizar uma frase aproveitável, digna de um chefe de Estado.

Alguém já disse que nem nos apresentamos ao mundo como republiqueta de bananas, mas agora verdadeiro laranjal (em alusão às práticas irregulares do partido do presidente, o PSL, no último pleito).

O fato é que o capitão presidente e sua comitiva praticaram um monte de gestos típicos de um país subserviente, automaticamente aliado com a grande potência.

A fala do presidente à Câmara de Comércio; as ofertas generosas do ministro Paulo Guedes, para quem não há perspectiva de desenvolvimento nacional se não através de relações privilegiadas com os EUA; a visita a CIA e generosidade unilateral dispensar pedido de visto de cidadão norte-americanos que viagem ao Brasil – sem a reciprocidade própria das relações diplomáticas entre nações soberanas -, e a entrega de bandeja da base de Alcântara para exploração pela NASA constituem um marco negativo da inserção do nosso País na cena internacional.

Até o convite à exploração da diversidade abrigada na parte brasileira da Amazônia foi oferecida ao governo norte-americano!

E para que não restem dúvidas quanto ao peso do clã no governo, o encontro de Bolsonaro com Trump no salão oval teve a presença do filho, deputado Eduardo, e não do chanceler Ernesto Araujo.

O fato é que essa nefasta missão aos EUA se soma a um conjunto de trapalhadas e desavenças na própria equipe de governo e à visível dificuldade de relacionamento com o Congresso Nacional – fatores de desgaste em relação à opinião pública e inibição da ação administrativa.

Como bem assinalou a líder da Minoria na Câmara dos Deputados, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a comitiva brasileira se pautou por “absoluta subserviência e deslumbre infantil”.

“Um presidente que chega sem proposta, sem discurso e fazendo um discurso ideológico idiota, de confronto com o comunismo, socialismo, confronto com ideologias de gênero, com piadinhas sobre homofobia e colocando o Brasil à venda, sem nenhum projeto concreto”, assinala.

O presidente da República foi a Davos, voltou pequeno. E agora volta dos EUA menor ainda.

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