30 dezembro 2024

Minha opinião

Indispensáveis relações com o povo*
Luciano Siqueira   

Natural que se examine o último episódio eleitoral sob múltiplos aspectos, conforme os propósitos de cada corrente política em presença.

O PCdoB o aborda de modo abrangente, partindo do respingo dos resultados sobre o quadro de correlação de forças no conflito nacional.

Mas igualmente se olha ao espelho, identificando elementos a considerar na sequência da luta e no permanente esforço de auto-revigoramento politico-organizativo.

Desde o seu 10⁰ Congresso, os comunistas sublinham que sob condições adversas no mundo e no Brasil, de prolongado acúmulo de forças tendo em vista a contraofensiva futura, a atuação partidária na esfera institucional (parlamento nos três níveis federativos, governos e conselhos setoriais) assume importância maior do que antes; sem diminuir o empenho militante nas diversas instâncias da luta social. 

Bem sabemos que a busca do voto ocorre sob contingências, regras e instrumentos institucionais e financeiros absurdamente desiguais, favorecendo as grandes legendas.

Mais: parcela expressiva do eleitorado de extrato social mais vulnerável a cada pleito vem se contaminando pela "monetarização" do voto, quase em relação direta com o enfraquecimento dos sindicatos e demais entidades do movimento de massas.

Ou seja, fatores que conspiram contra a ação coletiva militante em busca do que se costuma chamar voto "da consciência e do afeto".

Esse dado das relações com o povo há de ser destaque na avaliação da campanha em toda parte, onde se obteve êxito e onde não se obteve.

Daí a absoluta necessidade de se retomar a diretriz do revigoramento partidário, valorizando a luta no campo das ideias, a ação militante coletiva e a "reinvenção" dos vínculos cotidianos com a classe trabalhadora e o povo.

*Texto publicada em minha coluna no portal vermelho www.vermelho.org.br

Leia também: O mundo cabe numa organização de base https://lucianosiqueira.blogspot.com/2023/05/minha-opiniao_18.html

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