Especialista em quê mesmo?
Luciano Siqueira
Dessas notícias que a gente lê no modorrento período de fim de ano,
quando não sabe se deve se ocupar com coisa séria ou se deixar distrair com o
que der e vier...
Segundo a revista digital Psyche, Kiki Feeling, dito especialista em
"teoria comportamental dialética" (arre!), criou uma fórmula
assimilável passo a passo para que nós outros simples viventes possamos ter uma
"vida que vale a pena viver".
Isto de acordo com as paixões e desejos de cada um.
Para mim a notícia vai até aí. Ponto. Nada mais li, nem vou ler.
Juro que sou um cidadão sem preconceitos e nem tenho mais idade para
adquiri-los. Nesse caso é desconfiança mesmo.
Como alguém pode se auto intitular especialista em ensinar os outros a
viver!?
Pior: já vi casos assim em que o dito (ou dita) especialista na verdade,
em sua própria vida pessoal, anda mergulhado em frustrações e angústias.
São tantas as variáveis que incidem sobre a existência humana, incluindo
a situação socioeconômica de cada um, que custa a crer que alguém algum dia
possa se arvorar em deter a fórmula do bem viver, mesmo com a ajuda da
inteligência artificial e o cruzamento algorítmico de milhões de dados.
E se me perguntassem se arriscaria uma sugestão acerca do fio condutor
que nos leva a uma existência feliz, sinceramente, eu diria que é a descoberta
de que a Humanidade tem jeito e nos cabe contribuir cada um a seu modo e
conforme o rumo do agrupamento humano a que pertence dividir suas aspirações
estritamente pessoais com a dedicação à luta pela superação de toda forma de
exploração e de subjugação do ser humano.
"Ideologia. Preciso de uma para viver", já cantava Cazuza.
Nisso acredito.
Leia: "Quando dezembro passar" https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/12/minha-opiniao_29.html
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