27 janeiro 2007

PCdoB: disputa na Câmara abre nova fase da aliança governamental

No Vermelho: Em reunião realizada em São Paulo, nesta sexta-feira (26), a Comissão Política Nacional do PCdoB decidiu aprovar formalmente o apoio à candidatura do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) à presidência da Câmara dos Deputados. Além disso, a direção partidária resolveu indicar para apreciação de sua bancada na Câmara o nome deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE) para ser o seu líder na legislatura que se inicia em 1º de fevereiro.

Na resolução da direção do PCdoB está implícita uma análise da conjuntura política defendida pelo presidente do Partido, Renato Rabelo, na abertura da reunião. Existem fatores novos no atual curso político, especialmente a partir do lançamento unilateral e sem consulta aos partidos da coalizão governista da candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), argumentou na reunião o presidente do PCdoB.

A eleição para a presidência da Câmara resume o quadro político com rara fidelidade, disse Renato, inaugurando uma nova fase nas relações entre os principais membros da coalizão governamental. “O PT colocou no centro de suas preocupações políticas a conquista da presidência da Câmara dos Deputados, como uma forma de consolidar sua hegemonia já fortemente presente no Executivo, tentando com isso mostrar sua própria imprescindibilidade diante do presidente da República e da sociedade como um todo”, afirmou Renato. Segundo a visão de vários deputados petistas, a vitória de Arlindo poderia redimir o PT de todos os problemas gerados pelas denúncias apresentadas durante os últimos meses contra dirigentes nacionais desse Partido.

A reunião dos comunistas chegou a constatar inclusive que o PT ficou à vontade para utilizar os mesmos métodos “éticos” tão criticados pelos petistas, no passado recente, de cooptação de lideranças partidárias durante o período da atual campanha para a presidência da Câmara.
“A coalizão pode tomar caminho diferente da trajetória até agora seguida após a decisão do PT. O núcleo formado pelo PT, com setores do PMDB, do PR e do PTB chegou ao ponto de propor a renúncia de Aldo Rebelo como candidato à reeleição, provocando abalo nas relações com o PT por parte de partidos importantes da coalizão como o PCdoB, o PSB, e demais setores partidários. Trata-se, portanto, de uma nova fase na aliança governamental”, concluiu Renato Rabelo.

A defesa da candidatura de Aldo Rebelo - No documento aprovado na reunião que formalizou o apoio do PCdoB à candidatura de Aldo Rebelo para a presidência da Câmara ficou registrado que “no final do ano passado, o presidente Lula, líder da aliança vitoriosa, apoiou e incentivou a reeleição do atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo. Ele conquistou largo apoio ao seu nome. Todavia, o PT de forma unilateral insurgiu-se contra esse movimento pela reeleição de Aldo Rebelo, levando à divisão a base de apoio ao Governo ao lançar outro nome, a candidatura de Arlindo Chinaglia”.

“Mesmo assim”, afirma o documento, “a candidatura de Aldo Rebelo adquiriu amplo apoio na base parlamentar do Governo e, também, na oposição, o que lhe dá legitimidade para representar a instituição como um todo”. O texto conclui afirmando que “no que se refere aos interesses políticos da ampla aliança partidária que reelegeu Lula presidente, a reeleição de Aldo Rebelo terá o efeito de proporcionar o necessário equilíbrio de forças no âmbito da coalizão e do próprio parlamento”.

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