No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Desenvolvimento, segurança e paz
Afirmou Darcy Ribeiro que esse é um mundo só, de nações interdependentes. Mas que existiam as nações autônomas, como também as dependentes. E que nós os brasileiros deveríamos optar pela autonomia e pela singularidade, em razão da nossa dimensão continental e na condição de maior das províncias neolatinas do mundo.
E nós vamos percorrendo nos últimos dez anos uma trajetória que indica um caminho de soberania política e econômica, como também se constroem as condições para consolidarmos a autonomia nacional.
O crescimento econômico, mesmo em época de crise financeira do sistema capitalista a nível mundial, demonstra que o País marcha pelo caminho correto, ainda que necessitando de sérios reparos em vários aspectos que travam uma maior aceleração da economia nacional. O fato é que se expandiu o mercado interno, incorporaram-se dezenas de milhões de brasileiros no emprego formal, ampliou-se enormemente o crédito às famílias de baixa renda e consequentemente alargou-se substancialmente a possibilidade da população ter acesso ao consumo de bens.
De outro lado existe um leque de projetos sociais que atendem às populações de baixa renda, às camadas mais pobres da população brasileira. Esse cenário poderia indicar que a sociedade estaria vivendo uma época de um clima psicossocial razoavelmente saudável.
Mas o que se vê e o que se sente não são sinais de plena satisfação coletiva, mesmo com as mais amplas camadas da sociedade, movidas pelo espírito crítico, tirocínio político e sentimento em defesa das suas justas aspirações e sonhos, demonstrando irrefutável apoio ao presidente da República e ao seu campo de aliados. Apesar disso a sociedade vive uma época confusa em que há uma evidente insegurança na paisagem social. O que por sua vez provoca condições de vida sufocantes nas cidades sejam elas grandes, médias ou pequenas.
A violência e a criminalidade nunca foram tão graves na história do Brasil, o que se constitui, diante do inegável crescimento econômico ao lado de políticas de apoio social, em uma flagrante contradição. Em qualquer região do País, a população, principalmente da classe média e trabalhadores, sente-se ameaçada, esmagada pela violência que vem provocando uma real banalização da vida humana. Essa é a grande dívida do governo para com os brasileiros na atualidade, que aspiram a três questões vitais: desenvolvimento com segurança e paz.
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