15 dezembro 2011

Boa noite, Bartyra Soares

Apelo

Vem!
Traz-me a serenidade de tua voz.
Somente ela reconstituirá em mim
a certeza de que ainda serei
capaz de dedilhar nas cordas
da luz um prelúdio de Chopin.

Vem!
O vento não interpelará tua chegada.
Dormita no parapeito da janela, enquanto
me indago se há lua no céu.

Vem!
O amanhã talvez seja outro
quando após o próximo Sol poente,
a noite sobre minha insônia
decida vestir-me de saudade e lágrimas.

Vem!
Avizinha-se a madrugada e já não devo
prometer que a leveza de tua palavra
deterá a minha ânsia ao sentir
que é impossível o tempo reter.

Vem!
Antes que eu não mais creia
que a alegria em algum lugar existe
e a qualquer momento poderá chegar.

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