10 julho 2013

Dia Nacional de Lutas: necessário e oportuno

Irrecusável e insubstituível
Luciano Siqueira

Publicado no portal Vermelho e no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

Nesta quinta-feira ocorre o Dia Nacional de Luta, organizado pelas entidades gerais mais representativas dos movimentos sociais e partidos de esquerda, com enraizamento em suas bases locais. Na pauta, a extinção do fator previdenciário, a jornada de 40 horas sem redução salarial, o fim do projeto de lei que amplia a terceirização, pontos destacados da Pauta Trabalhista, construída em 2010, durante a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora. Inclui também bandeiras dos movimentos estudantil – sustentadas pela UNE e pela UBES -, como 10% do PIB para a educação, e dos movimentos em defesa da moradia e de condições de infra-extratora para uma existência digna, do MST e dos sindicatos de trabalhadores rurais, centradas na reforma agrária. Estão previstas greves e múltiplas formas de manifestação pública.

Uma mobilização justa e oportuna. Seja pelo conteúdo das reivindicações – todas relacionadas com a consolidação e a ampliação de conquistas sociais e com o desenvolvimento democrático e soberano do País; seja pela absoluta necessidade de se firmar, na cena política, essa vertente irrecusável e insubstituível – os trabalhadores, a juventude e demais camadas populares em movimento.

Afirma-se também, nesta oportunidade, o elemento consciente organizado como instrumento de um direcionamento consequente de protestos e pleitos, em contraponto ao puro e simples espontaneísmo, sem rumo e estéril.

O traço de oportunidade há que se salientar também porque este pode ser um fator destacado na construção de uma correlação de forças favorável a mudanças de maior envergadura, no sentido de destravar o desenvolvimento do País e atender aos anseios de milhões de brasileiros que jamais deixaram de lutar, aos quais se somam agora centenas de milhares que despertaram para a luta e ocuparam mais de cem cidades dias atrás.

Essa mescla de antigos e novos combatentes, bem direcionada, pressionando duplamente o governo e o Congresso Nacional, pode alcançar êxito, gerando uma assimetria favorável no jogo de forças entre os poderes Executivo e Legislativo. E, assim, romper com o limitado esquema que retém os intentos transformadores do governo (empenhado em fortalecer e alargar conquistas da última década), nos obstáculos alevantados nas esferas parlamentar e judiciária.

A base de apoio parlamentar da presidenta Dilma, ainda que ampla e majoritária, mostra-se cada vez mais contraditória, dispersiva e predominantemente conservadora. Sem a pressão das ruas, tende a desviar todas as matérias importantes para o escaninho das penosas negociações. Sob pressão popular, tende a agilizar a tramitação das proposições que vão ao encontro dos anseios que explodem nas ruas.
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