23 agosto 2013

O reino da usura

O capital emocional
Eduardo Bomfim, no Vermelho
 

As flutuações cambiais surgem e desaparecem nas notícias da grande mídia quase como se fossem fenômenos semelhantes aos que acontecem com a natureza viva e para acompanhá-las existem programas televisivos especializados que nos explicam “as instabilidades emocionais, o comportamento eufórico ora depressivo do mercado” como afirmou um conhecido âncora de um canal brasileiro de televisão a cabo.



No entanto se alguém resolvesse fazer o cálculo de quanto a nação perdeu através de falcatruas, desvios de verbas, negociatas de todos os tipos promovidos por agentes públicos eleitos ou não uma das causas que recentemente levou às ruas milhões de brasileiros muito justamente indignados contra a corrupção, ainda assim seria inacreditavelmente ínfimo em relação aos lucros dos agiotas do capital parasitário, dos ataques especulativos.

Essa coisa escusa chamada eufemisticamente como “mercado de capitais”, que nada tem a ver com investimentos internacionais e internos nas áreas produtivas públicas e privadas que alavancam o crescimento econômico do País, sempre existiu no capitalismo mas assumiu proporções estratosféricas com o processo da desregulamentação global das leis que lhes impunham limites de atuação dentro das normas internacionais além do controle, legislação de cada nação de modo soberano.

Hoje mede-se a solidez de um País entre outros fatores pelas suas reservas cambiais frente às “surpresas do mercado” que podem ser traduzidas como assaltos rotineiros do capital rentista como aconteceu essa semana com a alta seis vezes seguidas da moeda norte-americana freada pela ação do Banco Central injetando de uma só vez no “mercado” 6 bilhões de dólares das nossas reservas que podiam ser investidos em saúde, educação, transportes, segurança, infraestrutura.

O neoliberalismo que gerou um lobo transformado pela grande mídia a ele associada num cordeiro com transtorno bipolar é formado por uma super classe social global e nativa que toma decisões contra os interesses das sociedades acima dos Estados nacionais, impunes.

As nações que não se submeteram aos ditames neoliberais encontram-se hoje em posição de conduzir seus destinos e economias nesse cataclismo financeiro global. O Brasil se deseja alcançar um novo projeto de desenvolvimento nacional com transformações sociais avançadas precisa enfrentar com determinação, soberania, esse agressivo predador dos povos.
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