31 outubro 2013

Marina e seu afã de conquistar mais apoios à direita

Marina relê a “Carta aos Brasileiros” pelo avesso. O documento, como se sabe, foi apresentado por Lula no segundo-turno das eleições presidenciais de 2002 com o fim de atenuar o terrorismo financeiro então encetado pelos tucanos, que patrocinavam a candidatura Serra, e a direita midiática. No texto, uma síntese do que seriam os fundamentos do novo governo, destacadamente a busca do desenvolvimento com soberania, democracia e conquistas sociais. Portanto, um pronunciamento avançado. Mas com um detalhe: exatamente uma frase em que o futuro presidente garantia o cumprimento dos contratos vigentes. Era o sinal de que Lula não faria nenhuma aventura que desequilibrasse a tênue correlação de forças favorável, nem o delicado andamento da economia.  

Já no segundo governo, Lula pôde avançar na direção de um pacto político e social em outro patamar, impulsionando as mudanças em curso. Que Dilma mantém e tenta aperfeiçoar, mirando o desmonte dos fundamentos macroeconômicos da economia, herdados da fase neoliberal, dando outro desenho ao tripé cambial, monetário e fiscal.

A "estabilidade" de FHC enaltecida por Marina teve custo altíssimo, econômico e social. Para compensar banqueiros e especuladores por perdas inflacionárias, por exemplo, o governo negociou títulos públicos remunerados a taxas de juros altíssimas, que chegaram a 27%!

Marina Silva, assim, tergiversa. E o faz como meio de atrair mais apoio à direita. 

De toda sorte, ao assim proceder, contribui de algum modo para que o debate se faça e os fatos se esclareçam, lançando luz sobre quem é quem quanto aos rumos do País.

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