24 novembro 2013

Solidão

Desfiou gestos de plena solidariedade, sem que seu relato traísse qualquer traço de presunção. (“Amigo é pra essas coisas”, ouvi em silêncio a voz de Paulinho da Viola).  Falava naturalmente. Eu apenas escutava, uma pergunta aqui outra acolá para lhe facilitar o relato. Até que, voz embargada, confessou-se um homem só. Paradoxalmente só – ele que a todos socorria, o ombro amigo e ponderado, via-se entretanto ilhado num instante adverso. - “Tenho tomado decisões muito sérias a esta altura de minha vida sem ter a quem recorrer. Acerto sozinho, erro sozinho”. (Da minha crônica “O homem só”).

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