O que está em jogo
Eduardo Bomfim, no Vermelho
É impossível
entender o que acontece no Brasil se abstrairmos a geopolítica global, o
processo de desconstrução de alguma coisa parecida com um projeto de Estado e a
centralidade da questão nacional.
Porque o que se vem
intentando é a total submissão do País ao Mercado financeiro, aos interesses
estratégicos do EUA, por mais complicado que seja após as eleições
presidenciais norte-americanas.
Além do alinhamento
incondicional à ortodoxia neoliberal, que já não é praticada sequer nos EUA,
grande parcela das elites brasileiras formada numa visão de subalternidade e
dependência da nação, adotaram a política de completa subordinação ao capital
financeiro, ao rentismo mundial.
O que assistimos no
Brasil desde 2013 tem sido uma cortina de fumaça, com o apoio da grande mídia
empresa associada ao Mercado financeiro, com o objetivo de sustar o ativo papel
do Brasil nas relações multilaterais, no teatro da geopolítica mundial.
Para tanto
fabricou-se uma “revolução colorida” como as que foram encetadas em várias
partes do mundo, adequada às particularidades de um País de dimensões
continentais, com um parque industrial complexo, uma população que supera
duzentos milhões de habitantes, uma massa crítica intelectual desenvolvida,
riquezas naturais imensas.
Busca-se retroceder
o protagonismo do País, construído em décadas, a modernização implementada nas
conquistas sociais do trabalhadores, destruir o parque industrial, comercial,
empresarial, seja estatal, como a Petrobras, ou privado, desde que tenha
relevância interna ou mundial.
A fragmentação do
tecido social fomentada por tempestades de ódios difusos é uma rotina numa
época em que é decisiva ampla unidade contra a globalização financeira
neoliberal.
O Mercado vem
procurando demonizar a crescente insubordinação dos povos contra as
catastróficas resultantes da globalização financeira, da acumulação rentista em
escala nunca antes vista, além da bancarrota dos Estados nações e respectivas
sociedades.
À oposição ao
governo Temer, e tudo que ele representa econômica, social, politicamente,
também é essencial o combate aos que desejam conduzir o País à total
subalternidade econômica e geopolítica.
É fundamental ao povo brasileiro a
união em torno de um projeto nacional, democrático de desenvolvimento
estratégico e soberano.
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