O Fausto tupiniquim
Luciano Siqueira, no Blog da Folha, portal Vermelho e Blog do Renato
A última
rodada de pesquisa Ibope aponta Temer como o presidente mais mal avaliado de
todos os tempos, desde que se fazem pesquisas desse tipo no Brasil.
Mas,
reiteradas vezes, o governante usurpador tem dito que não o preocupa a
impopularidade, e sim o cumprimento dos compromissos assumidos.
Ou seja, não
é ao povo brasileiro a que ele se sente no dever de atender, é aos que
planejaram e executaram o golpe parlamentar-judiciário-midiático e o usam como
marionete.
Qual um
Fausto tupiniquim, Temer entregou a alma ao Diabo Mercado em troca de um
lugar na História, pouco se importando que esse lugar ponha tragicamente sua
figura vampiresca na condição de algoz do povo brasileiro.
Certamente
por isso mesmo é que o jornalista Elio Gaspari, em sua coluna na Folha de S. Paulo,
assevera ser Temer o ideal para conduzir o governo até o final de 2018.
Na mesma
linha, Fernando Henrique Cardoso mostra-se preocupado com a hipótese de sua
cassação pelo TSE, pois é Temer, em sua opinião, talhado para "conduzir a
transição".
Entenda-se
transição, no caso, a execução da agenda regressiva destinada a substituir o
ciclo transformador iniciado no primeiro governo Lula, e interrompido pelo
impeachment da presidenta Dilma, pelo retorno ao projeto neoliberal que o
próprio Fernando Henrique Cardoso encabeçou até 2002.
Desse modo,
a tríade terceirização plena, reforma trabalhista e reforma previdenciária, que
semeia entre trabalhadores e aposentados (a maioria dos brasileiros) a
insegurança e a revolta, na consciência de Temer funciona como convicção do
cumprimento do dever – pouco o importando, frio e calculista como o personagem
de Goethe, que seja execrado pela opinião pública.
Mas nem tudo
acontece conforme a trama urdida de fora e executada pela conjura golpista.
A
resistência às reformas antipopulares — a previdenciária em particular —
inverte a correlação de forças nas ruas, provoca fissuras na base parlamentar
governista e pode vir a produzir um ambiente eleitoral novo em 2018, favorável
às forças democráticas e populares.
A estas, que
se perfilam na oposição, cumpre superar a relativa dispersão e fazer confluírem
para um leito comum as ações de rua e a busca de alternativas à crise.
Para tanto, concomitantemente
com a denúncia e o protesto, impõe-se prioritariamente o exame das múltiplas
variáveis que conformam a crise econômica, política e institucional — e, por
conseguinte, a formulação de uma plataforma destinada a aglutinar amplo espectro
de forças em defesa da democracia, dos direitos ameaçados, da retomada do
crescimento inclusivo e da soberania nacional.
2 comentários:
Amigo, acho que Fausto para esse #### é uma comparação delicada. Prefiro chamá-lo Drácula, vampiro, pois chupa o sangue do povo diariamente e ressuscita a cada dsgraça que faz. E ainda o consideram "utilidade pública" com a conivência dos ministros do TSE. Bem diz o amigo "compromisso só com quem botou ele lá". Vai te danar desgraçado !
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