28 janeiro 2018

Alternativa viável?

Inclusão social na renovação do futebol
Luciano Siqueira

Cá estou mais uma vez escrevendo sobre um tema que não domino: a renovação do nosso futebol.

Não entendo por várias razões: além de não ser estudioso do assunto, faz tempo não frequento os estádios, me informo superficialmente pelo que vejo na TV e ouço nas (para mim divertidas) resenhas esportivas no rádio, estas em geral um banho de subjetivismo na análise dos fatos e de oscilação da opinião dos "analistas".

Aqui e acolá ainda visito algum blog mais ou menos conceituado e folheio cadernos de esportes dos jornais impressos.

Pois bem, assim mesmo arrisco uma opinião. 

Que o futebol brasileiro precisa de renovação é óbvio. Tanto do ponto de vista tático, como nos seus mecanismos de financiamento. E, imagino, nos modos de aproveitamento das novas gerações de atletas.

Falam que a última edição da Copa São Paulo de Juniores, recém-concluída, foi pródiga em novos talentos, praticamente em todas as posições, do goleiro aos atacantes. Mas que muitas das revelações não teriam muita chance em suas agremiações de origem ou nos grandes clubes brasileiros.

A razão do desperdício? Um misto de urgência dos patrocinadores e da pressão das torcidas, ávidos de bons resultados imediatos. Daí a preferência por montar elencos com atletas consolidados nos times de cima, adiando ad infinitum a promoção dos novos, ainda em formação. Com raras exceções. 

Assim, também no grande negócio do futebol a tradição imediatista brasileira predomina. E até do ponto de vista estritamente mercadológico - já que também nesse apaixonante esporte se confirma a assertiva de Karl Marx de que o capitalismo tudo transforma em mercadoria - faz um tremendo gol contra.

Não é à toa que muitos jogadores brasileiros que despontam na Europa e até chegam ao escrete nacional construíram suas carreiras fora do país, para onde se transferiram ainda imberbes. 

Aqui mesmo em Pernambuco, onde apenas o Sport Clube do Recife opera com orçamento consistente, bem que Náutico e Santa Cruz e alguns clubes medianos do interior poderiam apostar pesado no aproveitamento das jovens revelações daqui mesmo. 

Quantos jovens não aspiram a uma inclusão produtiva através do futebol! Basta anotar a grande afluência às "peneiras" das divisões de base. 

Assim, levando a sério a formação dos novos talentos em casa, nossos clubes progrediriam em médio e longo prazo e ainda contribuiriam para ampliar as alternativas de sobrevivência de uma parcela razoável de nossa juventude socialmente excluída. 

Vale alimentar alguma esperança?

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