As voltas que a vida dá e o bom senso
Luciano Siqueira, no portal Vermelho, Blog do Renato e Blog de Jamildo/ne10
Em política, não há como imaginar soluções mágicas para além da vida como ela é. Especialmente quando se trata da diferenciação e da reaglutinação de forças em ambiente complexo e conturbado.
Virar a página e passar adiante não é um sofisma, antes uma imposição da realidade — e da necessidade de superar empecilhos e arrostar novos desafios.
Como acontece agora quando vivemos o período que antecede as eleições gerais de outubro e novas alianças políticas são cogitadas.
Como sempre aconteceu, no Brasil e mundo afora, aliados de ontem se convertem em adversários hoje, assim como forças que se digladiaram em batalhas passadas agora admitem convergir numa mesma direção.
Em certa medida, o movimento real da vida escapa ao controle rígido das vontades subjetivas. Karl Marx assinalou isso em sua obra clássica “O 18 Brumário de Luís Bonaparte”.
Então, há que se considerar, conforme o ângulo de visão de cada um, aonde se situa cada ator (lideranças, partidos) no tempo presente — e a partir daí examinar com quem é possível se juntar, quem pode ser neutralizado e com que forças os possíveis adversários contarão.
Tudo livre de esquemas, de preconceitos e de sectarismo. Não cabe excomungar ninguém porque divergiu antes, por mais significativas que tenham sido as divergências. Importa saber em quê se pode convergir hoje.
Ora, vivemos um ambiente social e político fortemente marcado pelo golpe institucional que afastou a presidenta Dilma via impeachment, desdobramento de um embate radicalizado. E não são poucos os que pretendem impor como referência suprema para coalizões político-eleitorais este episódio.
Mas não é fácil. O PT serve de exemplo. No último pleito municipal, a executiva nacional do partido determinou a interdição de composições com partidos cuja maioria dos deputados tivesse votado pelo impeachment. Segundo a revista Carta Capital, assim mesmo os petistas celebraram alianças com "golpistas" em cerca de 1.700 municípios no conjunto do país (incluindo cidades pólo importantes, como em Pernambuco).
Outro exemplo é o PSB, que vem atravessando processo de redefinição de suas posições acerca da questão nacional e que tem em parlamentares que votaram pelo impeachment e hoje se perfilam nas trincheiras da resistência ao governo Temer.
É que a realidade fala mais alto do que fórmulas preestabelecidas.
Mas isso não sugere alianças a qualquer preço, despidas de conteúdo. Quer dizer sim combinar clareza de propósitos com flexibilidade e amplitude, com o fito de arregimentar forças capazes de lograr êxito na batalha a ser travada e concretizar programas atuais.
Assim, hoje como sempre, e sob certos aspectos mais do que antes, compreender as voltas que o mundo dá e usar de bom senso na busca do melhor caminho tático se impõe como imprescindível à vitória almejada.
Luciano Siqueira, no portal Vermelho, Blog do Renato e Blog de Jamildo/ne10
Em política, não há como imaginar soluções mágicas para além da vida como ela é. Especialmente quando se trata da diferenciação e da reaglutinação de forças em ambiente complexo e conturbado.
Virar a página e passar adiante não é um sofisma, antes uma imposição da realidade — e da necessidade de superar empecilhos e arrostar novos desafios.
Como acontece agora quando vivemos o período que antecede as eleições gerais de outubro e novas alianças políticas são cogitadas.
Como sempre aconteceu, no Brasil e mundo afora, aliados de ontem se convertem em adversários hoje, assim como forças que se digladiaram em batalhas passadas agora admitem convergir numa mesma direção.
Em certa medida, o movimento real da vida escapa ao controle rígido das vontades subjetivas. Karl Marx assinalou isso em sua obra clássica “O 18 Brumário de Luís Bonaparte”.
Então, há que se considerar, conforme o ângulo de visão de cada um, aonde se situa cada ator (lideranças, partidos) no tempo presente — e a partir daí examinar com quem é possível se juntar, quem pode ser neutralizado e com que forças os possíveis adversários contarão.
Tudo livre de esquemas, de preconceitos e de sectarismo. Não cabe excomungar ninguém porque divergiu antes, por mais significativas que tenham sido as divergências. Importa saber em quê se pode convergir hoje.
Ora, vivemos um ambiente social e político fortemente marcado pelo golpe institucional que afastou a presidenta Dilma via impeachment, desdobramento de um embate radicalizado. E não são poucos os que pretendem impor como referência suprema para coalizões político-eleitorais este episódio.
Mas não é fácil. O PT serve de exemplo. No último pleito municipal, a executiva nacional do partido determinou a interdição de composições com partidos cuja maioria dos deputados tivesse votado pelo impeachment. Segundo a revista Carta Capital, assim mesmo os petistas celebraram alianças com "golpistas" em cerca de 1.700 municípios no conjunto do país (incluindo cidades pólo importantes, como em Pernambuco).
Outro exemplo é o PSB, que vem atravessando processo de redefinição de suas posições acerca da questão nacional e que tem em parlamentares que votaram pelo impeachment e hoje se perfilam nas trincheiras da resistência ao governo Temer.
É que a realidade fala mais alto do que fórmulas preestabelecidas.
Mas isso não sugere alianças a qualquer preço, despidas de conteúdo. Quer dizer sim combinar clareza de propósitos com flexibilidade e amplitude, com o fito de arregimentar forças capazes de lograr êxito na batalha a ser travada e concretizar programas atuais.
Assim, hoje como sempre, e sob certos aspectos mais do que antes, compreender as voltas que o mundo dá e usar de bom senso na busca do melhor caminho tático se impõe como imprescindível à vitória almejada.
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