Recife
em sintonia com a República Popular da China
Luciano Siqueira*
Há 483 anos, a cidade do Recife
surgiu como porto destinado a exportar produtos primários para Portugal e
Europa e importar manufaturados. Desde então, construiu uma tradição de diálogo
com outros povos e outras culturas.
Uma cidade cosmopolita desde a sua
origem, portanto, que trocou mercadorias e influências e absorveu idéias
avançadas.
Uma das razões para que em nosso
território (e no Estado de Pernambuco) tenham se realizado páginas marcantes
das lutas libertárias do nosso povo e da formação da nacionalidade.
É nesse espírito que assinalamos
com entusiasmo o 15 de Agosto, aniversário de estabelecimento das
relações diplomáticas entre China e Brasil e o Dia da Imigração Chinesa.
É certo que as relações diplomáticas entre os dois países se
dão a partir dos seus governos centrais. No escopo federativo brasileiro, a
cidade apenas complementa essas relações, explorando, quando possível, o
intercâmbio com cidades de outros países a partir de interesses comuns.
Recife guarda relações de irmanamento com Guangzhou, capital da Província de Guandong, desde 2007
e com Chengdu, capital da província de Sichuan (província-irmã
do Estado de Pernambuco) desde 2016.
Nossa cidade também abriga em seu território o Consulado
Geral da República Popular da China para o Nordeste.
Tem sido possível, em variados instantes, compartilhar com autoridades
chinesas o elevado espírito que preside as relações entre povos amigos.
Comprovamos o empenho da República
Popular da China no estabelecimento de um padrão de relacionamento entre as
nações pautado pelo progresso mútuo e pela paz.
Desde 30 de setembro de 1949, quando
se reuniu a Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, que desempenhou o
papel de uma Constituição Provisória para os primeiros anos da República
Popular, se firmaram os princípios da política externa fundados na salvaguarda
da independência, da liberdade e da integridade soberana e territorial do país;
no apoio à paz internacional duradoura e à cooperação amistosa entre os povos e
de oposição à política imperialista de agressão e guerra.
A política de reforma e abertura
inaugurada em 1978 pela República Popular da China reafirmou as bandeiras da
paz e do desenvolvimento como temas centrais da época presente.
Já a primeira Constituição da Nova China promulgada em 1954, anunciou solenemente que “em relação aos assuntos internacionais, nosso princípio firme e invariável está em trabalhar pelo nobre objetivo da paz mundial e do progresso humano”.
Já a primeira Constituição da Nova China promulgada em 1954, anunciou solenemente que “em relação aos assuntos internacionais, nosso princípio firme e invariável está em trabalhar pelo nobre objetivo da paz mundial e do progresso humano”.
Em 1978, com a adoção da política
de Reforma e Abertura, a China – em função das mudanças importantes ocorridas
no cenário internacional – assumiu as bandeiras da paz e do desenvolvimento
como os temas centrais da presente época.
Nesse contexto, o irmanamento de cidades da China com cidades do mundo floresceu e ganhou importância na diplomacia chinesa.
Nesse contexto, o irmanamento de cidades da China com cidades do mundo floresceu e ganhou importância na diplomacia chinesa.
Recentemente, liderei uma
delegação da Prefeitura do Recife nas comemorações dos 40 anos das Relações
Internacionais de Guangzhou, que tem muito a ensinar ao mundo com sua história
de luta e de resiliência, de desenvolvimento e prosperidade na região.
Relações em que prevalece o ideal
propugnado pelo presidente Xi Jinping, assinalado em seu livro "A
governança da China", da busca do intercâmbio interpessoal, no pressuposto
de que “a amizade entre as pessoas é a chave para as boas relações entre os
países. Somente com cuidados intensivos, a árvore da amizade e da cooperação
poderá crescer exuberante. Valorizar o intercâmbio entre nossos povos e ver o
espírito de parceria incorporado por todos é uma causa digna que merece o nosso
compromisso duradouro.”
Relações assim amistosas e
solidárias se coadunam com a construção de um novo padrão de convivência entre
as nações em decorrência das transformações geopolíticas em curso, aceleradas
em meio à pandemia do novo coronavírus, no sentido de um novo mundo multipolar.
A ascensão da República Popular da
China, nesse contexto, fortalece o ideal do progresso e da paz.
Como bem assinala o presidente Xi
Jinping, “devemos permanecer comprometidos com o multilateralismo e as normas
básicas que regem as relações internacionais, trabalhar para um novo tipo de
relações internacionais e fomentar um ambiente pacífico e estável para o
desenvolvimento de todos os países, Precisamos tornar a globalização econômica
aberta, inclusiva, equilibrada e benéfica para todos, construir uma economia
mundial aberta, apoiar o regime multilateral de comércio e opor-se ao
protecionismo. Devemos avançar a reforma da governança econômica global,
aumentar a representação e a voz dos mercados emergentes e dos países em
desenvolvimento entre o Norte e o Sul e impulsionar o crescimento global.”
Que as águas do Rio Capibaribe que percorrem o território do
Recife possam se aproximar sempre das águas do Rio das Pérolas, que banham Guangzhou.
*Texto
incluído na publicação Amizade
China-Brasil, do Consulado Geral da República Popular da China no Nordeste.
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