No
Brasil há muito medo de perder a bola perto do gol ou de subir a marcação
Pedido de Messi para deixar Barça é surpreendente, mas não é
inacreditável
Tostão, Folha de S. Paulo
A justa conquista do título europeu pelo Bayern já foi contada por mil vezes, em prosas e versos, pela imprensa esportiva brasileira e mundial. Como a sociedade do espetáculo é apressada, o assunto já morreu, mas quero também dar minha opinião.
Era o resultado
mais previsível. Na competição, enquanto o Bayern goleou Chelsea,
Tottenham e Barcelona, o PSG tinha vencido apenas equipes que não estão entre
as mais festejadas do mundo (Borussia Dortmund, Atalanta e Leipzig).
A vitória do Bayern é
também a da seriedade profissional, do planejamento, da organização e do
dinheiro bem gasto. Como escreveu Renata Mendonça, colunista da Folha, o Bayern
tem no banco de reservas uma mulher, a gerente Kathleen Krüger, que cuida de
toda a logística do time. O Bayern não é um clube somente de marmanjos
Os craques da partida não foram Neymar,
Mbappé nem Lewandowski, e sim Neuer, Kimmich e Thiago Alcântara. O goleiro
Neuer parece um gigantesco polvo, com dezenas de pernas e braços. O lateral
Kimmich apoiava pelo lado, pelo meio, pela meia direita, de onde deu o passe
para o gol de Coman, e ainda voltava rápido, para marcar, com eficiência,
Mbappé ou Neymar, que se revezavam pela esquerda.
É
o herdeiro de Lahm, excepcional na defesa e no ataque.
Thiago Alcântara, brasileiro, nascido na Itália e naturalizado
espanhol, marca e inicia as jogadas ofensivas, com passes precisos, bonitos e
elegantes. Une a técnica com a seriedade e a leveza de que quem atua em uma
decisão de disputa de título como se fosse em uma pelada de fim de semana.
Thiago
Alcântara trata a bola com tanto carinho, que ela, agradecida, o procura para
beijar seus pés. Seria titular da seleção brasileira, ao lado de Casemiro, ou
uma opção para substituí-lo.
Se
Thiago Alcântara tivesse sido formado nas categorias de base de algum grande
clube brasileiro, provavelmente, por causa de sua habilidade e fantasia, o
escalariam de meia-atacante, para entrar na área.
Na decisão, como acontece na maioria das principais partidas da
Europa, houve um confronto estratégico. De um lado, um time tentando sair com a
bola, trocando passes, desde o goleiro, enquanto o adversário tentava
pressionar, para tentar recuperar a bola perto do gol.
Com
frequência, mudam os lados, e quem pressiona passa a ser pressionado. Fica
emocionante, bonito. São posturas que precisam evoluir. No Brasil, isso começou
a ser feito, timidamente. Os técnicos e os jogadores ainda morrem de medo dos
riscos de perder a bola perto do gol ou de avançar a marcação e deixar espaços
na defesa, ainda mais que, no Brasil, os setores ficam espaçados, com os
zagueiros colados à grande área.
Quando
não dá para trocar passes, a solução é o chutão. Nenhum jogador, nem os
craques, deve ter medo de fazer isso. Faz parte do jogo.
MESSI QUER SAIR
Segundo
noticiário, Messi comunicou ao Barcelona que quer sair. É surpreendente, mas
não é inacreditável.
Cristiano
Ronaldo também saiu do Real Madrid. O Barcelona teria avisado, oficialmente,
que não quer que ele saia, para manter o contrato até o fim.
Será
que ele já conversou com Guardiola, para jogar no Manchester City, ou prefere o
PSG, com saudades de Neymar?
O
importante é que ele não pare agora. Seria um grande vazio.
Imagino
que Messi só queira encerrar a carreira após a Copa do Mundo de 2022, com o
sonho de ser campeão do mundo.
Poesia em tempo de resistência https://bit.ly/2YxgGUL
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