EUA querem Brasil no 5G sem China
O Estado de São Paulo
O plano do governo americano batizado
de Clean Network (em português, redes limpas), que deixa a chinesa Huawei fora
da estrutura de redes de tecnologia 5G “não estará completo sem o Brasil”. A
afirmação é do subsecretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente
do Departamento de Estado americano, Keith Krach, em entrevista ao ‘Estadão’.
Com o leilão de frequências 5G
previsto para o ano que vem, o Brasil virou uma peça central na guerra
tecnológica entre os dois países. Segundo Krach, os EUA estão “prontos para
garantir de qualquer forma uma tecnologia 5G aberta, inovadora e
confiável" no Brasil”.
“Temos tido conversas com o governo
brasileiro e acho que estão indo muito bem. Esperamos que nossos parceiros
brasileiros se juntem a nós na Clean Network, que não estará completa sem o
Brasil. É o país mais poderoso da América Latina e tem sido um grande amigo dos
EUA”, afirmou.
“O Brasil está no processo de tomar
essa decisão sobre o 5G. Há um número crescente de países e empresas que estão
questionando a confiabilidade da Huawei”, disse o subsecretário.
Os EUA têm feito lobby para que a
chinesa Huawei seja vetada dos leilões, sob o argumento de que há ameaça à
soberania nacional. A empresa é a maior fabricante de equipamentos de
telecomunicações do mundo e o principal nome na corrida pelo oferecimento de
tecnologia 5G.
Washington argumenta que a empresa é um braço de vigilância do
Partido Comunista Chinês. Os chineses negam. Para os americanos, um “caminho
limpo” de 5G pressupõe que fornecedores não confiáveis – como a Huawei, na
visão dos EUA – devem ser banidos do oferecimento de equipamentos de
transmissão, controle ou armazenamento. Krach afirma que os EUA vão respeitar a
decisão do governo Jair Bolsonaro, qualquer que seja ela, e disse que o país
“não vai cancelar nenhum diálogo econômico ou algo parecido”, em razão da
decisão. Ao longo da entrevista, no entanto, o subsecretário dá um sinal de que
o País precisará escolher um lado, ao repetir, três vezes: “O Brasil terá de se
perguntar: em quem ele confia?”
Veja: A amizade Brasil-China faz bem https://bit.ly/2Q4ub9W
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