Flávio Dino: “O que mais ameaça a liberdade é a morte”
O
governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), voltou a se manifestar, em
entrevista e pelas redes sociais, sobre a gravidade do momento da pandemia e
sobre a omissão do governo de Jair Bolsonaro na resolução de vários problemas
agravados recentemente. Ele também criticou a posição adotada pelo presidente
de buscar inviabilizar medidas restritivas adotadas por governadores. “O que
mais ameaça a liberdade é a morte”, declarou ao canal CNN Brasil.
Pelas redes
sociais nesta sexta-feira (19), Flávio Dino declarou: “O presidente da
República anunciou que mandou projeto de lei e entrou com ações judiciais
contra medidas dos governadores. Seria muito bom ver tanto tempo sendo gasto
contra o coronavírus, não para fazer politicagem fora de hora”.
Em sua live
semanal desta quinta-feira (18), Bolsonaro afirmou que a Advocacia-Geral da
União (AGU) apresentou uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) ao
Supremo Tribunal Federal (STD) contra medidas restritivas tomadas por
governadores, como o toque de recolher.
Flávio Dino
também se manifestou, via redes sociais nesta quinta-feira (18), sobre a falta
de comando na pasta da Saúde em pleno colapso do sistema. “A situação desta
semana é tão absurda, entre tantos absurdos, que temos dois ministros da Saúde,
por conseguinte nenhum. Um saiu, mas não saiu. Um entrou, mas não entrou”.
Não podemos desistir
Mais tarde, em
entrevista ao canal CNN Brasil, Flávio Dino falou sobre a falta dos
medicamentos necessários aos procedimentos de intubação, que em breve poderão
faltar. “Não podemos desistir, mas é um quadro que deve deixar todas as pessoas
sérias do país autenticamente impactadas”.
Ele destacou
que a falta dos medicamentos representa uma regressão de séculos, “uma vez que
realizar intubação sem anestésicos equivale a aumentar o suplício das pessoas”.
E acrescentou: “Me espanto com pessoas que fazem piadas, pessoas levianas,
autoridades públicas que não levam a sério uma situação tão trágica quanto
essa. Estamos lutando”.
Flávio Dino
relatou que os governadores entregaram documento ao presidente da República
pedindo importações emergenciais de anestésicos para evitar mais este colapso.
“Estamos preocupados. E só é possível resolver isso com a atuação do governo
federal junto a outros países e a empresas estrangeiras, além, claro, da
indústria nacional”.
Com relação ao
fato de o presidente ter colocado em dúvida o número de mortes e as ocupações
nas UTIs, Flávio Dino reagiu: “É algo que deve indignar porque isso é um desrespeito
não apenas aos estados e municípios; é um desrespeito com os profissionais de
saúde desse país porque essa afirmação disparatada, insana, do presidente da
República, equivaleria a dizer que os médicos estão assinando atestados de
óbito falsos”.
Sobre o
argumento de Bolsonaro segundo o qual as medidas restritivas tomadas por alguns
prefeitos e governadores seriam “projetos de ditadores”, Flávio Dino rebateu:
“O que mais ameaça a liberdade é a morte”. E acrescentou: “É uma falácia opor
saúde à economia, opor restrições à democracia. É uma atitude irresponsável”.
Veja: Tem uma casca de
banana na “polarização” Lula x Bolsonaro. Veja
aqui https://bit.ly/3eLGZj1
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