Renildo: Para
derrotar o fascismo, somente a junção de amplas forças
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A edição desta segunda-feira (2) do programa Olhar 65, dedicada ao 15º Congresso do
PCdoB, contou com a
participação do líder do partido na Câmara, deputado federal
Renildo Calheiros (PE). A live, veiculada pelas redes sociais, debateu o
cenário político nacional, os ataques do presidente Jair Bolsonaro à
democracia, CPI da Covid, frente ampla e a federação.
Para derrotar o
fascismo representado pelo governo Bolsonaro no país, o deputado Renildo
Calheiros afirmou que as experiências mostram que somente com a união de amplas
forças isso pode ocorrer. “Precisamos ter noção de que para
derrotar o fascismo, a humanidade não tem outra experiência: é através da
junção de amplas forças. Não podemos dividir as pessoas que tenham pensamento
democrático, que querem uma sociedade democrática e plural. Haveremos de
encontrar o caminho de não deixarmos as forças que são contra o fascismo e o
autoritarismo se dispersarem, para que possamos impor não só ao Bolsonaro, mas
ao que ele representa, uma contundente resposta, agora e quando a eleição
chegar no ano que vem”.
Neste
sentido, Renildo colocou a CPI da Covid como importante instrumento para trazer
à tona a forma como o governo operou durante a pandemia, cometendo
irregularidades em detrimento dos interesses e necessidades do país. “A CPI
está diante de uma farta documentação que comprova os crimes cometidos por
esses agentes públicos”, disse Renildo, completando que a comissão “ajudará o
Brasil a compreender o que é esse governo”.
Com
relação às mais recentes investidas de Bolsonaro, que defende o voto impresso
como forma de desqualificar o sistema eleitoral brasileiro a fim de buscar se
manter no poder independentemente do resultado das urnas em 2022, Renildo
destacou: “o voto eletrônico foi uma grande conquista da democracia para acabar
com a fraude que era predominante nas eleições”.
“Bolsonaro não sabe o que fazer com o
governo, com o país”
O líder da bancada salientou que o país foi um dos
primeiros a adotar o atual sistema e que nunca houve comprovação de fraude.
Renildo avalia que Bolsonaro adota a cruzada contra o voto eletrônico porque
“não sabe o que fazer com o governo, com o país. É um homem sem objetivos
educacionais, sem compromisso com a saúde pública, com o desenvolvimento da
ciência, da tecnologia, da indústria nacional, é um ser inapto e inepto para
ser presidente da República. Ele só domina a agenda da confusão”.
O
parlamentar ponderou que o roteiro de Bolsonaro consiste em “levantar
desconfiança” e “criar conflito no país”. E salientou que essa situação coloca
ao menos dois grandes desafios para as forças políticas. Primeiro, “vencer as
eleições, derrotá-lo, porque a presença de Bolsonaro no governo é uma ameaça
constante à democracia e ele é, sem dúvida, uma forte vertente para o fascismo
na América do Sul”. O segundo ponto colocado por Renildo é a necessidade de
retirar dele instrumentos que possam resultar num conflito sem sentido para o
país.
Cláusula de barreira e a federação
partidária
Na condição de vice-líder do PCdoB, Renildo tem tido
papel estratégico, juntamente com a bancada comunista, na luta contra
mecanismos que limitem e enfraqueçam a democracia e a pluralidade partidária,
como é o caso da cláusula de barreira. “Temos uma legislação eleitoral muito
ruim, que não ajudou os partidos a se consolidarem”, colocou. Ele avalia que
“mesmo os grandes e médios partidos, com uma ou outra exceção, não funcionam
direito como partido, mas como agrupamento aqui dentro da Casa”.
O
parlamentar salientou ainda que a legislação vigente “não foi capaz de
enfrentar a influência do poder econômico no processo eleitoral. Então, temos
eleições desiguais”. Ele acrescentou que “nessa legislação, que já não era boa,
foram feitas mudanças que pioraram. Uma delas foi a cláusula de barreira. Ela
junta partidos de direita e de esquerda, chamados grandes, contra os outros. É
como se julgassem que o problema da política no Brasil estivesse nos partidos
médios e pequenos. E não é. Os problemas da política no Brasil sempre foram
criados pelos partidos grandes”. E agregou: “a cláusula de barreira não passa
de uma reserva de mercado para os grandes, tirando os pequenos e os médios da
disputa. E no Brasil isso não cabe porque a democracia está sendo construída e
é muito dinâmica”.
Renildo
enfatizou que enrijecer as regras desta forma “vem em detrimento da democracia;
precisamos de mais democracia, de mais liberdade, e não de menos”. O deputado
lembrou que após a instituição da cláusula, veio ainda o fim das coligações.
“Proibir as coligações é proibir as movimentações naturais da política”,
criticou.
Uma
das propostas para enfrentar esse quadro é a que tem sido defendida pelo PCdoB:
a possibilidade de serem construídas federações partidárias. A federação,
explicou Renildo, “não será como uma coligação, que é desfeita quando sai o
resultado eleitoral. A federação terá caráter programático e será duradoura.
Então, o partido vai procurar fazer a coligação com outros com que tenha
convergência ideológica e política. Esta é uma maneira democrática de
contribuir para que as legendas se aproximem”.
Renildo
explicou que, atualmente, há duas comissões especiais na Câmara dedicadas às
questões eleitorais: uma analisa o voto impresso; outra analisa o distritão e a
federação. “Essas comissões devem deliberar entre esta terça e quarta-feira.
Depois que essas comissões deliberarem, essas matérias irão a plenário”, disse
Renildo, o que poderá acontecer ainda nesta semana.
15º Congresso do PCdoB
Quanto
às lutas deste período e o 15º Congresso do PCdoB, Renildo apontou: “Não é uma
eleição resolvida; haverá muitos problemas e muita dificuldade e as forças de
oposição, sejam elas mais à esquerda ou mais ao centro, têm um papel muito
importante. Sem a união dessas forças, nossa vitória será difícil. E não só
para vencer, mas também para governar”.
Renildo
defendeu a necessidade de que essas forças apresentem ao Brasil um programa
“que retire o país desse quadro de esculhambação, de desmonte, de estagnação,
para que o Brasil possa viver um novo ciclo de desenvolvimento”.
O
deputado completou salientando
que “o nosso 15º Congresso vai se debruçar bastante sobre isso. Nosso partido
tem tradição grande na construção de frente política, viveu vários períodos da
história do Brasil, é uma força política muito madura. E temos que usar toda
essa experiência na construção da unidade vindoura”.
A
entrevista foi conduzida pelo secretário de Comunicação do partido, Adalberto
Monteiro, e pelo jornalista Osvaldo Bertolino.
Por Priscila
Lobregatte
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Veja: Tem uma casca de banana na “polarização” Lula x Bolsonaro.
Veja
aqui https://bit.ly/3eLGZj1
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