Como se sabe, fomos aliados durante muito tempo, 1978 até o ano de 1993, quando ele se juntou ao PFL e passou ocupar posição de destaque na ampla aliança de centro-direita constituída desde então. Nosso relacionamento pessoal jamais foi afetado por isso. Nem o reconhecimento da sua contribuição na luta contra a ditadura militar. Por isso, se a representação movida contra nossa inserção veiculada ontem na TV, em que nos referimos à posição do ex-governador Jarbas Vasconcelos a propósito do programa Bolsa-Família, não surpreende de todo - tal o perfil conservador da União por Pernambuco -, não seria exagero esperar que o próprio Jarbas não permitisse isso. Optasse pela via democrática – ou seja, usasse o seu tempo na TV para se explicar sobre o assunto e rebater nossos argumentos.
Ora, não infringimos a legislação eleitoral, não mentimos, nem fizemos nenhuma acusação de caráter pessoal. Reportamo-nos às declarações do ex-governador publicadas no Jornal do Commercio do dia 5 de agosto, em matéria intitulada “Jarbas garante adesão com duro ataque a Lula”. No texto do Jornal do Commercio, as declarações de Jarbas estão entre aspas. E nunca houve desmentido por parte do candidato ao Senado pelo PMDB.
Diz a matéria: Jarbas foi implacável com o Bolsa-Família de Lula, defendido por Alckmin. Disse que o programa só alcançou uma expressiva extensão no Nordeste por causa da pobreza da região. Elogiou o modelo adotado pelo governo Fernando Henrique (PSDB) – que, sob o nome de Bolsa-Escola, vinculava o pagamento do benefício à freqüência escolar – e acusou o atual presidente de ter desvirtuado o princípio do programa. “No governo anterior havia critério. Nos moldes de hoje ele está trazendo problemas para o Nordeste. Aqui em Pernambuco nós estamos sendo afetados pelo problema da mão de obra que está se tornando escassa, sobretudo no período da moagem da cana-de-açúcar. Já há uma necessidade de mão de obra na região, por causa daquele cartão que dá 110 reais (programa Vale-Gás de Lula)...”
Nada mais fizemos do que criticar essa opinião de Jarbas e defender o programa do governo Lula. E é óbvio e natural que cabe uma distinção entre a posição dele (preocupado com a valorização da mão de obra na zona canavieira) e a nossa, enaltecendo a conquista do povo pobre.
Manteremos nossa postura propositiva e de crítica qualificada. E esperamos que o adversário explicite suas idéias de modo nítido e esclarecedor. Em respeito aos eleitores e para o bem do processo democrático.
Nenhum comentário:
Postar um comentário